10 de novembro de 2004

Cavaco e o muro de Berlim

Ontem completaram-se 15 anos sobre o derrube do muro de Berlim. Comemorou-se. Abriram-se garrafas de champanhe, brindou-se, riu-se, dançou-se. A televisão de serviço público, onde o director de informação não permite que o governo interfira - e confessa, mesmo assim, desejar continuar no cargo! - convidou o professor Cavaco que lá foi, mais velho, aparentemente mais magro, um pouco mais avô de nós todos. Ao menos incumbiu-se o Nuno Santos de realizar a entrevista que o fez com moderação, discretamente, perguntando e ouvindo as respostas até ao fim. Dispensou-se o cacarejar contínuo da senhora de Seara, o olhar alucinado, o gesto ameaçador, o penteado dispendiosamente desalinhado.

Incrível! No fim ficava quase a ideia de que Cavaco era contemporâneo dos pastorinhos de Fátima, andou seguramente com eles a guardar ovelhas pela Serra de Aire, deve ter em curso o seu processo de beatificação. Quando de 1995 ficara a ideia autoritária de quem trepa aos coqueiros da ilha de S. Tomé, sem dúvidas e sem enganos, determinado, deixem-nos trabalhar. Em terça-feira de carnaval não há tolerância para ninguém, nem estamos no Brasil nem isto é o Rio de Janeiro. É pena porque aquelas são as melhores mulatas do mundo, com certificado do Chico Buarque. Mas pronto.

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