9 de novembro de 2004

Olha, está ganho!...

Pode imaginar-se com que obtuso trajecto, apesar de todas as cartas de marear adquiridas aos serviços cartográficos do ministério Portas, chegou Pedro Álvares Cabral ao lado di lá. Deixando ancorada a nau ao cais de Massarelos sobe um gajo, lampeiro, até ao centro da cidade, mesmo junto ao Passeio das Cardosas. Avança por Fernão de Magalhãs a consumir amendoins, tripa enfarinhada e copos de cerveja. Desagua no Dragão, monumento megalítico elevado à qualidade de património da humanidade e ainda não caído em ruínas nem arrematado em leilão para a construção de habitação social.

Depois, com três na tarraqueta e não digas que vais daqui, tropeça à saída, esbarra em três polícias que mandaram vir de fora, mija no pé de dois plátanos ainda púberes e segue à Serra do Pilar a recolher o refrão para a cantiga sulista, elitista e liberal. E para chegar a uma vazia praia do sotavento algarvio veleja pelo Índico a comer tremoços e a beber cerveja no Alto Maé e a descansar um pouco na esplanada tão latina da Polana.

No fim, estão enganados os confins da Ria Formosa e o escrevedor da peregrinação até Sagres. O ano de 1999 pertence ao século passado e até já nem o Benfica se lembra de ter ido à frente. Das Antas nem as ruínas restam, subiu a património da humanidade por empenho do presidente da junta, fez o presidente da câmara passar sucessivos projectos de abandono, ruiu em noite de S. João quando a malta se concentrava nas Fontaínhas e atacava na sardinha, no pimento e no verde tinto. O António Costa deixou a arbitragem, foi candidato à Câmara de Loures, fez-se à política e emigrou para Estrasburgo como deputado europeu. São melhores os prémios que lhe pagam, segundo dizem. Ganhar por três a zero é canja para o Porto, ainda outro dia os deu a uma qualquer equipa daquela terra que tem uma princesa que já casou uma dúzia de vezes, fora aquelas que vai casando sem padre e sem conservatória. Que o Sporting teve um treinador que se chamava Ignácio já tinha ouvido dizer, mas agora nem tem treinador, nem sistema. O Dias da Cunha só percebia de mecânica e está reformado.

Quanto ao Porto continua a ter Pinto da Costa desde a idade média. Mas agora reforçado com o Bobi e o Tareco que, por essa altura, ainda não tinham sido adoptados. Nem a D. Carolina tinha sido conversada, carago. Tirai daí o sentido, ide-vos embora, não façais mais distúrbios pelas ruas da Invicta!

1 Comentários:

Às 10:12 da manhã , Anonymous Anónimo disse...

Hi! Hi! Hi! ' Tá boa essa!!!

VG

 

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