4 de fevereiro de 2005

O parto

A montanha pariu dois ratos. Não pela irreverência, pelo irrequietismo ou pela argúcia. Ao contrário: pela pequenez, pela falta de ideias, pela ausência de projecto. Mais do que isso: pelo medíocre comportamento. Bastou que lhes chegasse ao nariz o perfumado aroma de um queijo suíço para que tentassem correr à desfilada e se atirassem a ele de cabeça. Tão desajeitadamente que ambos acertaram num buraco, estatelando-se do outro lado, dando de costas no empedrado. O Gruyère manteve-se intacto, à espera de quem se fizesse acompanhar de uma bolacha adequada e soubesse saboreá-lo com o requinte que merece. Moral da história: há queijos que não merecem morrer ingloriamente nos caninos de qualquer rato.

Mas, pela agitação que reside no porão, pela falta de eficazes raticidas e até mesmo de remédio para as baratas, parece que o destino nos ignora de novo e se prepara para nos impingir um destes cromos para nos dirigir. Por uma vez, nossa senhora dos actos eleitorais, padroeira de charlatães, inúteis e chacais: tende piedade de nós. Atende ao nosso desconforto e livra-nos do poder bruto de um triunfo que reclamam, em nosso nome e para nosso benefício, que seja absoluto. Maioria absoluta não!

3 Comentários:

Às 2:02 da tarde , Blogger Carlos Araújo Alves disse...

Se ainda tivesse sido o Mickey a gente ainda se divertia, mas nem isso!

 
Às 7:26 da tarde , Blogger ATF disse...

amigo, não consigo perceber que comentário foi esse. o link nãodá nada. abraço.

 
Às 11:20 da tarde , Blogger mfc disse...

Foi sensaborão, desinteressante e sem novidade.

 

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