De regresso
Bem, como prometido, eis-nos de regresso. Comecemos por agradecer àqueles que por aqui passaram e sorriram e àqueles que, mais do que isso, nos deixaram as amêndoas da visita. Sobra-nos em preguiça deste inverno extemporâneo e serôdio o que nos falta em vontade, determinação e força anímica que, seguramente, Gabriel Alves recomenda à nossa selecção de futebol para vencer a Eslováquia.
Para variar, encontrámos tudo igual, depois de tão curta ausência. Ainda há amêndoas que se nos perdem no fundo de um dos bolsos enquanto, no outro, se vai amarrotando uma qualquer edição gratuita do novo código da estrada. Por razões de regime - alimentar, como é óbvio! - o primeiro dos bolsos rompeu-se, as amêndoas rolaram pelos exuberantes passeios da Avenida dos Aliados, já não há cerzideiras, as calças jogam-se fora por buracos no forro dos bolsos e não nos fundilhos. Também estes passeios de luxo não serão, em breve, mais do que motivo para postais ilustrados que um sábio despacho do presidente da Câmara autorizará a vender em quiosques e bancas de jornais.
O código da estrada foi apressadamente posto em vigor, algumas disposições regulamentadas, todas as lojas venderam os coletes que tinham, mesmo aqueles que, ao gosto de Santana Lopes, tinham a cor da moda ultrapassada. Até os chineses, sisudos e circunspectos, esfregaram as mãos e arrecadaram o apuro. Com o senão, porque não são responsáveis, de muitos dos coletes irem directos para os contentores do lixo, por inconformidade com as normas. Do código apenas se sabe que as multas - a que chamam coimas para despistar! - sobem para valores absurdos. Não para equilíbrio das contas públicas, com que nem o ministro das finanças está preocupado. Apenas pela mesma razão porque se arrancaram árvores e se plantaram parcómetros. Ao tronco das primeiras apenas se chegavam cães, muitas vezes famintos e vadios, para alçar a perna. À geringonça dos segundos chegam-se apressados condutores, a inserir moedas como se estivessem numa das salas de jogo do casino.
De resto o código trás consigo todas as novidades que ninguém conhece. Como pessoa cujas boas intenções não são conhecidas, nada foi divulgado e partiu-se mesmo do princípio que a ameaça das multas altíssimas faria o milagre de converter autênticos selvagens como os classificou Miguel Sousa Tavares em exemplares condutores. Tão bons ou mesmo melhores do que os chefes de família que são adeptos do Benfica. Disse este governo que a culpa foi do governo anterior. Como não fala do passado, acrescenta que a culpa, embora do governo anterior, se localiza na parte do mandato que o presidente da República lhe não deixou cumprir. Alega o governo anterior, pela avisada pena de Luís Delgado, que a culpa é do governo do engenheiro Sócras, que se apressou a tomar posse sem deixar ao governo anterior que a tarefa fosse concluída.
Entretanto, com terminais multibanco instalados nas viaturas, a Brigada de Trânsito vai divulgando as inovações. Com preço elevado, a pronto pagamento e sem nenhum desconto financeiro.
Para variar, encontrámos tudo igual, depois de tão curta ausência. Ainda há amêndoas que se nos perdem no fundo de um dos bolsos enquanto, no outro, se vai amarrotando uma qualquer edição gratuita do novo código da estrada. Por razões de regime - alimentar, como é óbvio! - o primeiro dos bolsos rompeu-se, as amêndoas rolaram pelos exuberantes passeios da Avenida dos Aliados, já não há cerzideiras, as calças jogam-se fora por buracos no forro dos bolsos e não nos fundilhos. Também estes passeios de luxo não serão, em breve, mais do que motivo para postais ilustrados que um sábio despacho do presidente da Câmara autorizará a vender em quiosques e bancas de jornais.
O código da estrada foi apressadamente posto em vigor, algumas disposições regulamentadas, todas as lojas venderam os coletes que tinham, mesmo aqueles que, ao gosto de Santana Lopes, tinham a cor da moda ultrapassada. Até os chineses, sisudos e circunspectos, esfregaram as mãos e arrecadaram o apuro. Com o senão, porque não são responsáveis, de muitos dos coletes irem directos para os contentores do lixo, por inconformidade com as normas. Do código apenas se sabe que as multas - a que chamam coimas para despistar! - sobem para valores absurdos. Não para equilíbrio das contas públicas, com que nem o ministro das finanças está preocupado. Apenas pela mesma razão porque se arrancaram árvores e se plantaram parcómetros. Ao tronco das primeiras apenas se chegavam cães, muitas vezes famintos e vadios, para alçar a perna. À geringonça dos segundos chegam-se apressados condutores, a inserir moedas como se estivessem numa das salas de jogo do casino.
De resto o código trás consigo todas as novidades que ninguém conhece. Como pessoa cujas boas intenções não são conhecidas, nada foi divulgado e partiu-se mesmo do princípio que a ameaça das multas altíssimas faria o milagre de converter autênticos selvagens como os classificou Miguel Sousa Tavares em exemplares condutores. Tão bons ou mesmo melhores do que os chefes de família que são adeptos do Benfica. Disse este governo que a culpa foi do governo anterior. Como não fala do passado, acrescenta que a culpa, embora do governo anterior, se localiza na parte do mandato que o presidente da República lhe não deixou cumprir. Alega o governo anterior, pela avisada pena de Luís Delgado, que a culpa é do governo do engenheiro Sócras, que se apressou a tomar posse sem deixar ao governo anterior que a tarefa fosse concluída.
Entretanto, com terminais multibanco instalados nas viaturas, a Brigada de Trânsito vai divulgando as inovações. Com preço elevado, a pronto pagamento e sem nenhum desconto financeiro.
1 Comentários:
Agora isto está muito mais fino!
Luis Villas.
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