A filosofia do lixo ou o lixo da filosofia
Em Lisboa, ainda a campanha para as autárquicas de Outubro está longe de começar, e o empenho já desceu ao nível do lixo e do cheiro nauseabundo que o mesmo exala nos dias quentes de Verão. Com a aspersão de um qualquer perfume medíocre importado da China que lhe transmita a fragrância do sovaco e a insinuação de uma filosofia de pacotilha que lhe incorpore cultura. Faltam, para a parte convictamente surrealista, António Maria Lisboa e a sua sensata premissa de que é preciso avisar toda a gente, e para a ironia subtil a palavra escorreita e devastadora de Alexandre O'Neil.
Bem ou mal, Carmona Rodrigues não vem a esta novela. Quanto mais não seja pela sugestão que o nome carrega de velho marechal, trajando à século XIX, convencido de que era Presidente da República e dava posse a António Salazar. Quanto a Manuel Carrilho, fora o cartaz, a Bárbara e o filho. Quis o candidato à vereação lisboeta acompanhar a recolha do lixo da capital, sentado ao lado do motorista de um dos camiões municipais. São lógicas as razões que levaram a não o permitir. São filosóficas as conclusões: o adversário usa para propaganda eleitoral os meios da autarquia. Como no célebre silogismo que me acompanha desde o manual do celerado Bonifácio: a cadeira tem pés, os pés têm unhas, as unhas tocam guitarra. Logo, a cadeira toca guitarra!
Mas a proibição não impediu a apresentação do projecto. Afinal a Câmara alfacinha tem camiões com os pneus carecas, sem direcção assistida, alguns da década de setenta do século passado. A filosofia será, doravante, atribuir a cada condutor um camião adquirido em regime de locação a três anos, com opção de compra. Cada veículo terá pneus novos, direcção assistida, ABS - a bomba sexual, como diz o outro! -, ar condicionado e tracção às quatro rodas. Para além da aparelhagem sonora topo de gama, com certificado de fabrico no Japão. Talvez até vão andar as obras do túnel do Marquês. E ser esvaziadas de água as galerias do Metro no Terreiro do Paço. Desde que não seja para propaganda!
Bem ou mal, Carmona Rodrigues não vem a esta novela. Quanto mais não seja pela sugestão que o nome carrega de velho marechal, trajando à século XIX, convencido de que era Presidente da República e dava posse a António Salazar. Quanto a Manuel Carrilho, fora o cartaz, a Bárbara e o filho. Quis o candidato à vereação lisboeta acompanhar a recolha do lixo da capital, sentado ao lado do motorista de um dos camiões municipais. São lógicas as razões que levaram a não o permitir. São filosóficas as conclusões: o adversário usa para propaganda eleitoral os meios da autarquia. Como no célebre silogismo que me acompanha desde o manual do celerado Bonifácio: a cadeira tem pés, os pés têm unhas, as unhas tocam guitarra. Logo, a cadeira toca guitarra!
Mas a proibição não impediu a apresentação do projecto. Afinal a Câmara alfacinha tem camiões com os pneus carecas, sem direcção assistida, alguns da década de setenta do século passado. A filosofia será, doravante, atribuir a cada condutor um camião adquirido em regime de locação a três anos, com opção de compra. Cada veículo terá pneus novos, direcção assistida, ABS - a bomba sexual, como diz o outro! -, ar condicionado e tracção às quatro rodas. Para além da aparelhagem sonora topo de gama, com certificado de fabrico no Japão. Talvez até vão andar as obras do túnel do Marquês. E ser esvaziadas de água as galerias do Metro no Terreiro do Paço. Desde que não seja para propaganda!
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