Tecnoquê?
Por mim vivo a par e ao ritmo do avanço tecnológico do país: com muitos anos de atraso e sempre actual. Do mesmo avanço tecnológico que Sócrates - plágio menor do original, sob a forma de primeiro-ministro! - anunciou por aí com "bomba e extravagância", em simultâneo com o encerramento de escolas e a distribuição de computadores a todos os estabelecimentos de ensino básico, a começar pelos encerrados. E ainda do mesmo que no século XIX fez o senhor Eça de Queirós invejar os que celebravam ao redor da mesa as delicias do cozido à portuguesa e prever, com o rigor matemático com que o senhor Pitágoras calculou o quadrado da hipotenusa, a realidade que vai por aí, do Minho a Timor.
Por isso mesmo compro - disse bem: compro! - o jornal todos os dias, olho para a primeira e para a última páginas, certifico-me de que o preço de venda não aumentou dia sim, dia e não e que o destaque da última vai inteirinho para o problema do "Sudoku" classificado frequentemente de "easy" que é uma palavra cujo significado desconheço e que utiliza caracteres que a minha professora primária me não ensinou e que, presumo, devam ser fanaticamente islamitas. Depois ponho-o de lado para me iniciar na leitura de alguma coisa que me chame a atenção na semana seguinte. E arrumo-o no saco destinado ao contentor que no ecoponto - uma versão moderna do ponto do desaparecido Teatro Monumental! - diz, sobre um fundo azul "Papel". Quando passados alguns três meses me decido por ir levar os jornais ditos "velhos" ao contentor, e deito por terra todas as boas intenções de ser "amigo do ambiente" porque o mesmo está a deitar por fora e tenho que depositar o saco de plástico na via pública, folheio-os de novo. Apenas para me certificar quimicamente, como o senhor Lavoisier, que nada se cria e que nada se perde mas que tudo se transforma.
Quer dizer, as últimas notícias de há três meses são tão actuais como as previsões que no século XIX o senhor Eça de Queirós fazia sobre este estranho país sem que, pelo menos que eu tenha conhecimento, seja ramo ou sequer folha da árvore genealógica do senhor Paulo Cardoso, quanto mais não seja a julgar pelo apelido, pelo automóvel e pela etiqueta "Armani" pespegada no fundilho das calças. Tanto assim que antes de saber ler e escrever - coisas que também dizem que D. Afonso Henriques não sabia e não foi por isso que deixou de encher os sarracenos de porrada! - o cidadão vai ter que saber de computadores para obter a carta de condução, depois de já ter que dispor do pecúlio suficiente para corromper os administrativos - versão moderna dos mangas de alpaca! - e os examinadores. E isso passará a fazer parte do currículo da cada um, com prejuízo incontornável para aqueles que, como eu, obtiveram a tal carta de condução sem saber regras de trânsito, conduzir automóveis ou pagar o selo do carro pela Internet.
Por isso mesmo compro - disse bem: compro! - o jornal todos os dias, olho para a primeira e para a última páginas, certifico-me de que o preço de venda não aumentou dia sim, dia e não e que o destaque da última vai inteirinho para o problema do "Sudoku" classificado frequentemente de "easy" que é uma palavra cujo significado desconheço e que utiliza caracteres que a minha professora primária me não ensinou e que, presumo, devam ser fanaticamente islamitas. Depois ponho-o de lado para me iniciar na leitura de alguma coisa que me chame a atenção na semana seguinte. E arrumo-o no saco destinado ao contentor que no ecoponto - uma versão moderna do ponto do desaparecido Teatro Monumental! - diz, sobre um fundo azul "Papel". Quando passados alguns três meses me decido por ir levar os jornais ditos "velhos" ao contentor, e deito por terra todas as boas intenções de ser "amigo do ambiente" porque o mesmo está a deitar por fora e tenho que depositar o saco de plástico na via pública, folheio-os de novo. Apenas para me certificar quimicamente, como o senhor Lavoisier, que nada se cria e que nada se perde mas que tudo se transforma.
Quer dizer, as últimas notícias de há três meses são tão actuais como as previsões que no século XIX o senhor Eça de Queirós fazia sobre este estranho país sem que, pelo menos que eu tenha conhecimento, seja ramo ou sequer folha da árvore genealógica do senhor Paulo Cardoso, quanto mais não seja a julgar pelo apelido, pelo automóvel e pela etiqueta "Armani" pespegada no fundilho das calças. Tanto assim que antes de saber ler e escrever - coisas que também dizem que D. Afonso Henriques não sabia e não foi por isso que deixou de encher os sarracenos de porrada! - o cidadão vai ter que saber de computadores para obter a carta de condução, depois de já ter que dispor do pecúlio suficiente para corromper os administrativos - versão moderna dos mangas de alpaca! - e os examinadores. E isso passará a fazer parte do currículo da cada um, com prejuízo incontornável para aqueles que, como eu, obtiveram a tal carta de condução sem saber regras de trânsito, conduzir automóveis ou pagar o selo do carro pela Internet.
2 Comentários:
Essa fotografia foi tirada em Sines!
Desse mal sofremos todos, daí e daqui do Brasil: não só as notícias de ontem são atuais, mas as músicas que protestavam por algo que deveria ter ficado distante, lá no passado, ainda servem para protestar!
Ah, e sobre os computadores nas escolas, o governo daqui diz que a inclusão digital ajuda no combate à fome! Vai entender!
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