Benefícios do álcool
Antigamente, com o Dr Salazar, que ainda há pouco tempo ganhou para aí um qualquer "reallity show" sobre o maior português de todos os tempos, tudo era simples, linear e indiscutível: beber vinho era dar de comer a não sei quantos milhões de portugueses, ponto final. O que grosso modo significava que a bebedeira de uns era, sem tirar nem pôr, o pão dos outros. Hoje são precisos especialistas para se pronunciarem contra a publicidade a bebidas alcoólicas no desporto, sem que se saiba se serão especialistas em bebidas alcoólicas, em desporto ou em nutrição. Como se compreende, há especialistas diferentes em áreas distintas e até mesmo não especialistas mas tão só gestores de alto gabarito como usa dizer um amigo meu.
A administração das cervejeiras acha, justa e conscientemente, que o álcool faz bem ao desenvolvimento e até estimula as capacidades intelectuais dos estudantes. Tanto assim que se esgadanham, umas contras as outras, na intenção benemérita de promoveram as queimas das fitas, as bebedeiras de uma semana e os comas alcoólicos. Do mesmo modo que a tabaqueira propagandeia os múltiplos benefícios do tabaco enquanto inscreve dísticos nos maços de tabaco a dizer que ele mata. O senhor secretário de estado do desporto é um homem recto e um homem que acima de tudo respeita a legalidade. E porque é legal nada o preocupa que as selecções nacionais, de futebol ou de berlinde, possam ser promovidas por marcas de cerveja que, entretanto, já promoveram a limpeza da Torre dos Clérigos e estão em vias de promover a recolha do lixo na Porcalhota.
Imagino até, no pragmatismo com que procuro ver as coisas, as simulações à Garrincha de que seria capaz o senhor Simão Sabrosa depois de meia dúzia de cervejas e três pratinhos de caracóis, desde que o caracol não tenha passado a espécie protegida e os pratinhos do dito não tenham entretanto sido alarvemente proíbidos pelo plenário do parlamento. Para que isso se evite, Deus mantenha a Quercus preocupada com outros assuntos, o senhor Carvalho da Silva entretido com as greves gerais e o parlamento justamente no gozo de curtas mas merecidas férias.
Mas mais dia menos dia o parlamento vai aprovar leis, autênticas e justas, a promover o desemprego e a permitir o despedimento com justa causa por motivos religiosos ou políticos como já sabiamente defendeu um qualquer empresário da argamassa. E não repugna que mais cedo ou mais tarde o estado permita, no âmbito de leis a aprovar, que os descendentes possam matar os ascentes, um pouco à semelhança do que o próprio estado faz, de forma velada e apenas ao abrigo das leis do euro que o ministro da saúde muito preza. Tudo a bem da recuperação económica das empresas, da competitividade e do bem estar futuro dos trabalhadores. Nessa altura as cervejeiras poderão promover as funerárias e até mesmo os homicídios, desde que praticados em directo. E desde que uma lei qualquer dê ao acontecimento a honrosa legalidade de que carece!
A administração das cervejeiras acha, justa e conscientemente, que o álcool faz bem ao desenvolvimento e até estimula as capacidades intelectuais dos estudantes. Tanto assim que se esgadanham, umas contras as outras, na intenção benemérita de promoveram as queimas das fitas, as bebedeiras de uma semana e os comas alcoólicos. Do mesmo modo que a tabaqueira propagandeia os múltiplos benefícios do tabaco enquanto inscreve dísticos nos maços de tabaco a dizer que ele mata. O senhor secretário de estado do desporto é um homem recto e um homem que acima de tudo respeita a legalidade. E porque é legal nada o preocupa que as selecções nacionais, de futebol ou de berlinde, possam ser promovidas por marcas de cerveja que, entretanto, já promoveram a limpeza da Torre dos Clérigos e estão em vias de promover a recolha do lixo na Porcalhota.
Imagino até, no pragmatismo com que procuro ver as coisas, as simulações à Garrincha de que seria capaz o senhor Simão Sabrosa depois de meia dúzia de cervejas e três pratinhos de caracóis, desde que o caracol não tenha passado a espécie protegida e os pratinhos do dito não tenham entretanto sido alarvemente proíbidos pelo plenário do parlamento. Para que isso se evite, Deus mantenha a Quercus preocupada com outros assuntos, o senhor Carvalho da Silva entretido com as greves gerais e o parlamento justamente no gozo de curtas mas merecidas férias.
Mas mais dia menos dia o parlamento vai aprovar leis, autênticas e justas, a promover o desemprego e a permitir o despedimento com justa causa por motivos religiosos ou políticos como já sabiamente defendeu um qualquer empresário da argamassa. E não repugna que mais cedo ou mais tarde o estado permita, no âmbito de leis a aprovar, que os descendentes possam matar os ascentes, um pouco à semelhança do que o próprio estado faz, de forma velada e apenas ao abrigo das leis do euro que o ministro da saúde muito preza. Tudo a bem da recuperação económica das empresas, da competitividade e do bem estar futuro dos trabalhadores. Nessa altura as cervejeiras poderão promover as funerárias e até mesmo os homicídios, desde que praticados em directo. E desde que uma lei qualquer dê ao acontecimento a honrosa legalidade de que carece!
3 Comentários:
E não é que já não estava habituada a levar assim "como um soco" na consciência!
Mas a verdade é para se dizer, e que para esse estado de que falas, caminhamos mais depressa do que pensamos, é verdade, infelizmente.
E a relação, patrocinada, dos jovens com o álcool está aí!!!
Obrigada por estares connosco, de novo.
Um abraço
Olá,lfv!
Depois de teres estado muito tempo ausente, também eu me "fui"...
Vejo agora que regressaste em força e espero que com regularidade para não desiludires os teus amigos.Críticas como as tuas são sempre "uma pedra no charco"...
..........ando a ler o teu blog, devagar, devagarinho, para o saborear bem.......gosto da tua maneira de escrever,com sabedoria....sabes e sentes aquilo que dizes.......inteligentemente relatas verdades......
obrigado Jorge, por me teres trazido até este blog
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