Qualificações
Portugal pode ser um país pobre, atrasado e triste. Ou, eufesmiticamente, menos rico, em vias de desenvolvimento e de alegria contida e moderada. Mas deixará no futuro imediato de ser ignorante e analfabeto, por força do decreto e da demolidora capacidade política deste governo e da sua idolatrada ministra da educação. Rendo-me à evidência, bato com a mão no peito e reconheço a justiça e a lucidez de um dos meus dois leitores que, de quando em vez, me honra com a erudição da sua prosa e a lógica freudiana do seu raciocínio.
O país decretara antes o âmbito da escolaridade mínima obrigatória, o que desde logo fizera dele um dos mais avançados da Europa, a par com a penalização da prática do aborto e com o funcionamento irrepreensível da democracia madeirense. Foi um salto qualitativo que nunca Afonso Henriques imaginou em S. Mamede e que o MRPP de tempos idos nunca sonhou que pudesse levar o Dr. Durão Barroso a presidente da comissão europeia. Mas, mais do que isso, conseguiu levar o Dr. Paulo Portas a exigir directas já e o Dr. Garcia Pereira a reclamar vitória nas próximas presidenciais, pelo seu currículo académico e pela sua vetusta antiguidade.
O país institui de imediato a venda a retalho nas grandes superfícies e nas feiras de Carcavelos e de Espinho, das qualificações académicas mínimas que garantam a qualquer borra-botas o tratamento por Doutor como sempre aconteceu a qualquer caloiro da alta coimbrã ou da república dos praquistão. É fácil, é barato e dá milhões, como a qualidade dos diplomas emitidos por algumas universidades privadas, ultimamente muito procuradas pelos incipientes redactores do projecto de Bolonha, na procura de experiências novas, profundas e de fim de semana.
Para consegui-lo basta a qualquer auxiliar da construção civil dormir em cima de sacos de cimento há mais de 3 anos, tiritar de frio durante dois invernos, usar capacete de protecção quando o ministro da tutela visitar a obra onde um empreiteiro lhe dá emprego durante dez horas por dia e aplaudir o carro blindado onde se pensa que viaja, à desfilada, o primeiro ministro. Isso lhe dará acesso directo a um sofisticado centro de competências onde os diplomas estarão disponíveis ao gosto de cada um, como os preservativos nos expositores das farmácias. Normais, lubrificados, para prazer mútuo e até com inconfundíveis sabores tropicais e manga, fruta-pinha, ananás e pitanga.
Mais do que isso, o candidato poderá escolher a cor e a gramagem do papel, o tipo e o tamanho de letra a utilizar na impressão e mesmo o dia da semanae e a hora que deverão constar da data de emissão. Futuramente haverá até máquinas que os fornecerão automaticamente, como acontece com os maços de tabaco às entradas dos cafés, desde que seja possivel o bloqueio remoto das mesmas, de forma a interditar o seu uso a menores de 18 anos. Os diplomas só não dirão como os maços de cigarros que "fumar mata" mas salientarão, em letras gordas, que o "diploma induca"!
O país decretara antes o âmbito da escolaridade mínima obrigatória, o que desde logo fizera dele um dos mais avançados da Europa, a par com a penalização da prática do aborto e com o funcionamento irrepreensível da democracia madeirense. Foi um salto qualitativo que nunca Afonso Henriques imaginou em S. Mamede e que o MRPP de tempos idos nunca sonhou que pudesse levar o Dr. Durão Barroso a presidente da comissão europeia. Mas, mais do que isso, conseguiu levar o Dr. Paulo Portas a exigir directas já e o Dr. Garcia Pereira a reclamar vitória nas próximas presidenciais, pelo seu currículo académico e pela sua vetusta antiguidade.
O país institui de imediato a venda a retalho nas grandes superfícies e nas feiras de Carcavelos e de Espinho, das qualificações académicas mínimas que garantam a qualquer borra-botas o tratamento por Doutor como sempre aconteceu a qualquer caloiro da alta coimbrã ou da república dos praquistão. É fácil, é barato e dá milhões, como a qualidade dos diplomas emitidos por algumas universidades privadas, ultimamente muito procuradas pelos incipientes redactores do projecto de Bolonha, na procura de experiências novas, profundas e de fim de semana.
Para consegui-lo basta a qualquer auxiliar da construção civil dormir em cima de sacos de cimento há mais de 3 anos, tiritar de frio durante dois invernos, usar capacete de protecção quando o ministro da tutela visitar a obra onde um empreiteiro lhe dá emprego durante dez horas por dia e aplaudir o carro blindado onde se pensa que viaja, à desfilada, o primeiro ministro. Isso lhe dará acesso directo a um sofisticado centro de competências onde os diplomas estarão disponíveis ao gosto de cada um, como os preservativos nos expositores das farmácias. Normais, lubrificados, para prazer mútuo e até com inconfundíveis sabores tropicais e manga, fruta-pinha, ananás e pitanga.
Mais do que isso, o candidato poderá escolher a cor e a gramagem do papel, o tipo e o tamanho de letra a utilizar na impressão e mesmo o dia da semanae e a hora que deverão constar da data de emissão. Futuramente haverá até máquinas que os fornecerão automaticamente, como acontece com os maços de tabaco às entradas dos cafés, desde que seja possivel o bloqueio remoto das mesmas, de forma a interditar o seu uso a menores de 18 anos. Os diplomas só não dirão como os maços de cigarros que "fumar mata" mas salientarão, em letras gordas, que o "diploma induca"!
7 Comentários:
LFV, vem passar uns tempos à escola para veres os professores cada vez mais atolados em burocracia e a dificuldade que cada um de nós tem em reter um aluno. Não esqueças, neste caso, depois de mil justificações dadas, a culpa é sempre dele, claro! Ele, o professor, esse malfadado!
Fátima
Após um longo período sabático o Zecatelhado volta à “Nau”. Ora faça o favor de fazer uma visita à minha “casinha” porque a sua presença é sempre imprescindível.
Aquele @bração do
Zecatelhado
Agora em: www.marujinho.wordpress.com
Em principio cheguei a pensar! enfim um elogio. Mas ao continuar; constato que não passa de mais um sarcástico e mordaz deboche.
Já me fazia falta mais uma das tuas
irónicas e acutilantes crónicas do nosso quotidiano!
Já toda a gente sabe que, em qualquer circunstância,o ESTADO do país é sempre culpa dos professores
(que tão bem ensinaram os políticos a serem malabaristas!)...
E sabes que tens um leitor que deve ser político? É que este (pois, porque só pode ser o mesmo, não é?)anónimo disse que nunca mais ia ler nada que escrevesses...
Era uma vez...há muito tempo, estive no Algarve e havia uma senhora que dizia sempre "Vai à senhora de boche" (era de baixo, da casa abaixo...)...
Quanto aos canudinhos, já no tempo do Luís XV se faziam nos cabelos, só que era "à Luís quinze!". Aposto que no Entroncamento ficam abóboras à meia-noite! Abç
O meu comentário é apenas este:
Já sinto "vergonha de ser Português"
Tirando o futebol somos conhecidos apenas pela negativa, aí estamos sempre em 1º lugar.
BASTA não é?............
Sócrates foi escolhido
como bode expiatório
dum negócio extraído
ao ensino obrigatório
Ninguém julgue existir
esta falsa licenciatura
deste negócio a iludir
tanta ingénua criatura
Um abraço do Raul
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