O Jorge. O regresso.
O Jorge é um amigo de longe, no tempo e na geografia. E, por isso, não se explica. Por mais longos que sejam os silêncios entre nós, abriu-me a mão sempre que precisei dela. E eu, como a generalidade dos outros, apenas me lembro de Santa Bárbara quando se ouvem os trovões. Foi assim um ano atrás, quando lhe liguei a pedir ajuda. Foi assim há nove meses quando minha mãe me deixou orfão, e ainda hoje me parece que foi ontem. Foi assim quando por aí afixou um comentário a querer saber de mim. Trocámos mensagens de mail em menos de meia hora, falámo-nos em cerca de uma. Fez, mais uma vez, o que sempre tem feito. No dia seguinte, ou ainda no mesmo, lágrimas salgadas vieram-me aos olhos só de pensar nisso, só de o contar a quem estava perto de mim. Os tempos modernos de um feroz e injusto neo-liberalismo, seja lá isso aquilo que o ministro das finanças disser que é, não são fertéis em amizades que não abracem o interesse material, de preferência convertível em euros. E amizades destas são hoje parte de uma pre-história que a minha geração, felizmente, viveu. Despreocupada e feliz. Foram tempos de negritude. Foram tempos de humanismo.
O regresso, para o qual quero arranjar força e motivação. Fará, para já, com que o Cabo Raso entre em obras de restauro ou, como é de uso corrente e se calhar do acordo ortográfico, de requalificação. À capa de tal palavrão, dois celebrados arquitectos nortenhos e um invertebrado economista, transformaram a Avenida dos Aliados, na invicta cidade, numa autêntica pedreira com um tanque de lavar roupa a meio a que pretenciosamente chamaram espelho de água. Sem nunca terem passado por Mateus. O Cabo Raso começou por ser um divertimento, e feliz seria eu se conseguisse que o fosse para mim e para alguma meia dúzia de incautos leitores que, por desígnios do destino, aqui hão-de aportar. O reinício começa pela escolha de um novo modelo e pela consequente eliminação de todas as ligações que existiam. Esse facto não significa o abandono de nada nem de ninguém e uma lista de ligações, provavelmente menos extensa, irá sendo progressivamente construída. Porque, apesar de tudo, eu "conheci" pessoas neste meio de que gosto muito e cujo trabalho tenho em grande apreço. Não vou enumerá-las, para além de inconsequente isso seria deselegante ou grosseiro. Mas vou fazer por poder continuar a contar com elas. Porque também elas, todas, podem contar comigo.
Obrigado Jorge. Um apertado abraço!
O regresso, para o qual quero arranjar força e motivação. Fará, para já, com que o Cabo Raso entre em obras de restauro ou, como é de uso corrente e se calhar do acordo ortográfico, de requalificação. À capa de tal palavrão, dois celebrados arquitectos nortenhos e um invertebrado economista, transformaram a Avenida dos Aliados, na invicta cidade, numa autêntica pedreira com um tanque de lavar roupa a meio a que pretenciosamente chamaram espelho de água. Sem nunca terem passado por Mateus. O Cabo Raso começou por ser um divertimento, e feliz seria eu se conseguisse que o fosse para mim e para alguma meia dúzia de incautos leitores que, por desígnios do destino, aqui hão-de aportar. O reinício começa pela escolha de um novo modelo e pela consequente eliminação de todas as ligações que existiam. Esse facto não significa o abandono de nada nem de ninguém e uma lista de ligações, provavelmente menos extensa, irá sendo progressivamente construída. Porque, apesar de tudo, eu "conheci" pessoas neste meio de que gosto muito e cujo trabalho tenho em grande apreço. Não vou enumerá-las, para além de inconsequente isso seria deselegante ou grosseiro. Mas vou fazer por poder continuar a contar com elas. Porque também elas, todas, podem contar comigo.
Obrigado Jorge. Um apertado abraço!
11 Comentários:
Sinal de vida.....bom sinal!!!!
Até que enfim! Já ia sendo tempo de voltares.
Que regressess em força!
Fátima
Olha lá meu Caro:
Será que não tens vergonha de vir para aqui, publicamente, com esse palavreado sobre mim ??? :-)
Obrigado pelos elogios... mas acho que não os mereço. Conheces-me bem e sabes o que sou e como sou... mas nem tanto. Até me fazes sentir mal, rapaz !!! :-)
Fiquei feliz pelo recomeço. Em força meu caro. Vamos reavivar esse belo blog. Gosto do que escreves (muito melhor do que eu) e era uma pena perder-te na tua solidão.
A net tem vida... bons e maus momentos... mas aqui se arranjam amigos, ódios e amores. Como na vida real... e tu sabes disso.
Ainda bem que voltaste. Vou ficar ligado. Serei um admirador incondicional dos teus escritos. Já o sabias.
Inscreve-te por aí num site de amigos e divulgação do blog e ... vamos em frente.
E não te esqueças de que estou aqui em baixo à tua espera.
Abraço forte.
Jorge
Tomei conhecimento do seu blog por intermédio do Jorge. Vou acompanhá-lo pelo RSS. Tenho impressão de que temos muitas coisa em comum. Abraço.
Olá, vim visitar seu blog para ver o que está sendo feito em Portugal.
Tenho um blog no Brasil e gostaria que me visitasse e deixasse sua impressão.
Abraço.
Amigo,
As amizades e afectos não tem idade,eles são eternos como os "deuses".
Talvez pode-se dizer que só os "deuses" sabem ser amigos profundamente.
Só eles sabem transportar sentimentos sempre em moda,vejo que tem um amigo assim,o Jorge,conheci-o há pouco aqui na net,moramos no mesmo distrito,e tenho estima pela sua seriedade e sinceridade.
Deixo-lhe um link de outro blog,de uma amiga igualmente "iluminada" pelo seu coração,que tem até uma campanha a seu favor,o que demonstra que na net,tambem há afectos verdadeiros;
http://poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt/
Deixe um comentário lá,que será bem recebido,ela é muito especial como pessoa.
Vou guarda-lo nos favoritos e visita-lo para o ler,vejo que tem talento na ponta dos dedos. :)
Abraço amigo,
joao
Olá meu caro, fiz uma visita ao seu blog e fiquei impressionado com a qualidade de seus textos, um dia eu chego lá. Meus parabéns pelo blog, não desanime e vamos com força total!
Ps: Vi num comentário anterior a sugestão para você se cadastrar no Dihitt, se assim o fizer, me adicione por lá, sou o thumaiss
Abraço!
Caro LFV
Como sabe nutro uma grande admiração pela sua escrita.
Obrigado pelo regresso.
Faz (muita) falta.
AM
Ainda bem que és capaz de reconhecer algumas coisas em ti.
Também eu precisei de ti e do teu apoio quando fracturei o meu tornozelo. Infelizmente, faltaste e desapareceste, nem atendeste o tlm e decepcionaste quem tão profundamente confiou em ti.
Sabes, as amizades cultivam-se nos bons e maus momentos,mas tu não o soubeste fazer nesse mau momento e foi pena e que pena.Mas sobrevivi à tua falta,porque outros amigos souberam fazer o que não soubeste. É tão dificil dar apoio a um amigo quando ele está desfeito.
É, por isso, que os teus tão louvados escritos me fazem sorrir até porque não passam mesmo só de uns escritos aqui num blogue e há tantos blogues neste país que não só dos políticos tão abstrusos que temos.
Ainda bem que o Jorge se incomodou e saiu do seu egoismo para te dar a mão.
Foi pena, tanta pena que tenhas decepcionado quem confiou em ti, apesar do tempo, da distância, do silêncio e até do desconhecimento de quem eras ou estavas, afinal.
Ainda bem que recomeçaste a tua pequena vaidadezinha que é este blogue, porque tem algum interesse.
E já agora sê feliz e faz alguém feliz, se tiveres oportunidade.
De uma amizade morta( sabes quem sou e não vale a pena pôr nomes.Para quê?)
Mas isso são coisas que se façam sur LFV? Abandona-se assim um(a) amigo(a)?
........vim aqui ter, através do Jorge,e penso que tens, nele,de facto, um grande e especial amigo...
...quanto à Av. dos Aliados, fartei-me de rir com a tua descrição......muito divertida, mas é totalmente verdadeira....infelizmente.....
....continua a escrever, pois é uma óptima forma de libertar as emoções e sentimentos.....
Rosário
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