Dia da Mãe
Quase desde sempre que todos os teus dias foram dias de labuta. Fossem sábados, fossem domingos, fossem segundas-feiras. Fossem em Maio ou em Junho ou em Dezembro. Fossem primeiros, segundos ou últimos. E sempre todos te deixaram o mesmo pensamento simples e sensato, a mesma humildade às vezes excessiva, o mesmo sorriso complacente e remisso. Sobrasse para ti uma sardinha inteira ou partilhada sobre a côdea de broa seca, conformada esperança de melhores dias, o sol sempre nascendo a oriente.
Pessoa
feliz que cedo viste o mar e abriste o olhar para um largo azul a que ninguém
pôs fronteiras. Um cheiro a maresia, uma brisa suave, um fresco sabor a sal. E
assim levaste a viva longa, que tão curta foi para que te pudesse fazer
princesa, para que te fizesse coroar rainha, para que te sentasse num trono
revestido de organdi e de descanso. Já não tenho mão para escrever-te, já me
faltam as palavras para dizer-te. Mas, já a custo, há ainda uma lágrima que me
cai dos olhos quase secos, silenciosa e triste. Faltas-me!
Uma rosa fresca colhida no jardim onde ainda exalam um perfume único, num caule de espinhos. Para que sorrias. Para que sintas que me faltas. Para que sintas que to digo.
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