Trinta anos
Poderá chamar-se-lhe uma grande vitória? Ou simplesmente uma vitória? Creio que nada disso, por simples questão de modéstia e de básico pudor.
Uma
grande vitória seria ter conseguido levar alguma sensatez ao espírito da
espécie humana. Acabar com a guerra, assegurar um pão e um livro para cada
criança, levar à prática a declaração universal dos direitos humanos, ainda e apenas
uma utópica manifestação de intenções.
Uma vitória seria ter descoberto o caminho marítimo para a Índia, ter pintado os tectos da capela sistina, enunciar o princípio de Arquimedes, ter escrito o evangelho segundo São Mateus, ser comentador político nos telejornais de domingo à noite.
Afinal
só estão em causa trinta anos, uma parcela ínfima na história da humanidade,
nada mais do que cerca de sessenta cigarros por dia e os dedos das mãos
encardidos de nicotina. Coisa pouca, efeméride pessoal, 2 de Março de 1993.
É
uma pequena vitória, à minha medida.
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