Faz hoje anos que morreste
Faz hoje
anos que morreste
cansado
do desassossego
e encharcado
em bagaço
sem adivinhares
o que te reservava o dia seguinte
e sem
esperares para sabê-lo.
Depois
foste sendo descoberto
todo
feito em bocados
no interior
de uma arca
em
que tinhas arquivado a vida dia a dia
carregada
de dúvidas e inquietações
e recolheram-te
os restos nos claustros de um mosteiro
com vista
frontal para o rio
mas longe
do Abel
onde
ias encostar ao balcão o fato coçado
no ápice
em que bebias o copo do costume
de um
fôlego e sem palavras.
Pouco
a pouco foi-se-te conhecendo a herança
na desordem
do amontoado de retalhos
em que
deixaste as noites sem sono e o catarro
até àquele
último dia de Novembro
naquela
cama do hospital dos franceses.
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