José saramago, 100 anos
“Que
fazemos, os que escrevemos? Nada mais que contar histórias. Contamos histórias
os romancistas, contamos histórias os dramaturgos, contamos também histórias os
poetas, contam-nas igualmente aqueles que não são, e não virão a ser nunca,
poetas, dramaturgos ou romancistas. Mesmo o simples pensar e o simples falar
quotidianos são já uma história. As palavras proferidas, e as apenas pensadas,
desde que nos levantamos da cama, pela manhã, até que a ela regressamos,
chegada a noite, sem esquecer as do sonho e as que o sonho tentarem descrever,
constituem uma história com uma coerência interna própria, continua ou
fragmentada, e poderão, como tal, em qualquer momento, ser organizadas e
articuladas em história escrita.”
[Último
caderno de Lanzarote]
Acrescento
eu, como interpreto, por minha conta e risco:
Toda
a literatura é feita de histórias, tenha a forma que tiver, romance, drama,
poema. E todas as histórias são construídas pela articulação de palavras
simples. As que usa Saramago ou as que usamos nós todos os dias.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial