Mulheres de Atenas
Fica-nos
um poema sem respiração
Transido
de pudor e de silêncio
Com
a deselegância ousada das mulheres de Atenas
E o
avesso longilíneo da seda natural
Um
poema que se disse para Picasso ouvir
Enquanto
a mão lhe percorria as ruínas de Guernica
Lá
bem do fundo de uma guerra inútil
Sem corpo
que restasse para se estender
Sob
o cheiro ainda quente da metralha
Os
braços decepados
Sem
dedos para os anéis e outros adereços
E um
anjo inteiro e completo
Voando
na sua nuvem branca
A
resguardar-lhe a poesia e a memória
Um
tal poema que nos fica hoje
E o
outro também
O
tal poema que queria
Excessivo
mas perfeito
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