Camilo Castelo Branco nasceu há 200 anos
O nome de Camilo Castelo Branco é por demais conhecido do país – e muito justamente - e associado ao título do seu livro mais divulgado: Amor de Perdição. Não será este romance o melhor que Camilo terá escrito, mas parte significativa do renome fica associado ao facto de ter sido escrito no tempo recorde de 30 dias. quando o autor estava preso na Cadeia da Relação do Porto, acusado de adultério com Ana Plácido, uma mulher casada residente na Rua do Almada, a poucas centenas de metros dali. Ambos foram acusados, ambos estiveram presos na mesma cadeia, ambos foram acusados do mesmo crime de que acabaram absolvidos, ambos se casaram depois de Ana Plácido enviuvar e ambos viveram juntos em São Miguel de Seide, Vila Nova de Famalicão, até que Camilo se suicidasse em 1 de Junho de 1890, cego, aos sessenta e cinco anos de idade.
Faz hoje 200 anos que Camilo nasceu. Um dos grandes vultos das letras portuguesas que, por decisão própria, continua no cemitério da Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, no Porto, no jazigo da família do seu amigo José António de Freitas Fortuna. Para singelamente assinalar o facto trago aqui a história de A Infanta Capelista, um livro já impresso e já em acabamento, que o próprio escritor mandou destruir quando ainda estava na fase de produção na tipografia a que a tarefa fora confiada, em 1872, na Cancela Velha, em pleno centro da cidade do Porto. Pouco ou nada conhecido é o livro e a história que esteve subjacente à decisão de Camilo de o mandar destruir. Mas não deixa de ser interessante referir que o escritor acabou sendo Visconde de Correia Botelho, por decreto de D. Luís I. São devidos agradecimentos ao Porto Canal e ao dedicado trabalho de Joel Cleto, a quem a história da cidade invicta já muito deve.
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