Este país não é para velhos. Nem para novos.
Das notícias:
Em Março passado havia,
ocupando camas em hospitais, 832 pessoas a que tinha sido dada alta clínica e
que aguardavam vaga para alojamento num lar. Algumas esperavam há mais de
quatro anos.
…
Nós vivemos, desde o tempo da pátria una e indivisível, do Minho a Timor, à sombra de governos patrióticos que se sacrificam dia a dia para que nós, cidadãos, não tenhamos carências básicas e sejamos felizes. Do doutor António de Oliveira Salazar ao doutor Luís Esteves Montenegro, da casota na aldeia do Vimieiro ao casebre de seis pisos e elevador na Rua Oito.
Agora vocês acham que um
governo, seja ele qual for, rural ou cosmopolita, que em quatro anos não é
capaz de alojar um velho num lar adequado é capaz de contratar um médico para
uma urgência hospitalar? Ou para o serviço nacional de saúde? Bem, então vocês
também acreditam que o simpático e saudoso Clube de Futebol Os Belenenses, ali
do Restelo, vai ganhar a Premier League este ano, tendo o Matateu como ponta de
lança e o nosso D. Sebastião como ferveroso adepto na primeira fila da bancada.
Os governos, especialmente
os patrióticos, pensam em grande, não perdem tempo com merdices. Viajam em avião
próprio para a Amazónia, a salvar o planeta do bióxido de carbono que nos
arranha a garganta quando bebemos Coca Cola. E aproveitam para dar um salto a
Luanda para extirpar o racismo da face
da terra e prometer para amanhã mais contentores de lixo nas ruas, onde os
pedintes e vadios possam vasculhar um resto de pão para enganar a puta da fome.
Acompanhados das insispensáveis mordomias e das comitivas solidárias que
couberem no avião. Os velhos? Ora, que se fodam!



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