Entretanto é Outono
Aqui estou eu, hoje, 22 de Setembro de 2025, debruçado à janela. Vendo esfumarem-se como nuvem passageira os últimos momentos de Verão, arrastados por um suave e fresco vento norte. Aqui esperarei pacientemente e farei a contagem degressiva dos últimos minutos até, precisamente, às 18:19. E nesse instante, só nesse, poderei ver, claramente visto, o diáfano sortilégio do equinócio, com o sol transpondo o Equador para sul, a caminho do solstício de Inverno. E será Outono.
Amanhã amanhecerá Outono, com um sol brando, quase quieto de vento, com o dia aspirando uma cálida brisa marítima, vinda de ocidente, cheirando a humidade e a maresia. O barco sulcará lentamente o rio, subindo-o na esperança de lhe descobrir a nascente, expondo-lhe de forma exuberante as margens ásperas e escarpadas. Os socalcos estarão cobertos daquele ouro magnífico que chega sempre depois da vindima feita. Quando o mosto já se agita nas cubas, no promissor início da fermentação alcoólica. Até que se faça a prova, pelo São Martinho. Só daí para diante será o flagrante delitro. Entretanto é Outono!
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial