Dia das Mães
Foi quando me faltaste que julguei que te perdia. E isso, assim de repente, mais do que doloroso foi-me inconcebível e insuportável. Tu nunca me faltaras, nem quando pensara não precisar de ti e a tua presença continuara, sem a sentir, a pairar acima de mim e de tudo, benevolente e disponível, humilde e tranquila, sem palavras e de sorriso fácil. Omnipresente. Nada me conteve nem as lágrimas, nem a dor, nem a revolta. Contigo faltou-me tudo, a fé, o horizonte e a já débil esperamça. Sobrou-me a funda desesperança, contando os dias, como quem deixa de fumar e faz de cada hora uma vitória mirrada.
De peito apertado foram-se-me secando as lágrimas mas não a dor e o sofrimento. A tua falta foi sendo ausência e esta foi sendo cada vez menos distante, contigo a pairares de novo sobre a minha vida, a devolver-me alguma esperança, a abrir-me o horizonte estreito no fim do caminho, a fazer-me acreditar. A aproximar-nos e a fazer-me sentir de novo a benevolência do teu sorriso fácil e humilde. Mesmo se um qualquer dia eu voltar a pensar não precisar dele. Porque, entretanto, me sobreveio a certeza de que te não perdi. De que, afinal, as Mães nunca se perdem. O nosso destino é prosseguirmos juntos. O nosso destino é ficarmos juntos, como sempre. Para sempre.
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