A quem dar crédito? Ao cangalheiro?
Victor Sá, militante comunista de longa data, morreu por estes dias e acabou sepultado no cemitério do Prado do Repouso, no Porto. Tendo sido figura pública, aparentemente pouco, é natural que sobre a sua morte alguém dissesse alguma coisa.
Aqui disse-o o Dr Pacheco Pereira, em nota curta e perfeitamente dispensável. Nunca foi necessário mandar cartões de condolências à família dos mortos lembrando-lhe que nunca os mesmos nos tinham despertado particular simpatia, que os achávamos até uns bons trastes e que, mesmo sem contrato de mútuo, nos tinham ficado a dever umas importâncias, expressas em moeda antiga, que muito dificilmente poderemos reclamar pela via dos tribunais. Nas secções de necrologia dos jornais diários de maior circulação vêm todos os dias fotografias de finados que eu acho horrorosamente feios e despenteados - quando ainda tinham cabelo! - e nunca me passou pela cabeça lembrá-lo às famílias que até, se calhar, estão convencidas do contrário.
Já aqui o Dr Pacheco Pereira é mais comedido, consegue maior objectividade, limita-se quase à publicação de notas biográficas do falecido sem cair na tentação da cruzada contra os infiéis. O que chega perfeitamente, caso se queira ir além da simples notícia de três linhas a dar conta do ocorrido.
Por outro lado, aqui, o Dr Vital Moreira, em curtas palavras, não agride nem o morto nem tão pouco a família e limita-se a muito ligeiras considerações. Por mim tenho em algum apreço o Dr Vital Moreira, pelo pouco que sei do seu percurso público. Mas fico sem saber se o Dr Pacheco Pereira lhe reconhecerá estatuto superior ao de, muito provavelmente, frustrado militante comunista para ter opinião credível!
E ainda se diz por aí que, uma vez mortos, todos são perdas irreparáveis, eminentes personalidades, ilustres pedadogos, persistentes e convictos lutadores pela liberdade!...
Aqui disse-o o Dr Pacheco Pereira, em nota curta e perfeitamente dispensável. Nunca foi necessário mandar cartões de condolências à família dos mortos lembrando-lhe que nunca os mesmos nos tinham despertado particular simpatia, que os achávamos até uns bons trastes e que, mesmo sem contrato de mútuo, nos tinham ficado a dever umas importâncias, expressas em moeda antiga, que muito dificilmente poderemos reclamar pela via dos tribunais. Nas secções de necrologia dos jornais diários de maior circulação vêm todos os dias fotografias de finados que eu acho horrorosamente feios e despenteados - quando ainda tinham cabelo! - e nunca me passou pela cabeça lembrá-lo às famílias que até, se calhar, estão convencidas do contrário.
Já aqui o Dr Pacheco Pereira é mais comedido, consegue maior objectividade, limita-se quase à publicação de notas biográficas do falecido sem cair na tentação da cruzada contra os infiéis. O que chega perfeitamente, caso se queira ir além da simples notícia de três linhas a dar conta do ocorrido.
Por outro lado, aqui, o Dr Vital Moreira, em curtas palavras, não agride nem o morto nem tão pouco a família e limita-se a muito ligeiras considerações. Por mim tenho em algum apreço o Dr Vital Moreira, pelo pouco que sei do seu percurso público. Mas fico sem saber se o Dr Pacheco Pereira lhe reconhecerá estatuto superior ao de, muito provavelmente, frustrado militante comunista para ter opinião credível!
E ainda se diz por aí que, uma vez mortos, todos são perdas irreparáveis, eminentes personalidades, ilustres pedadogos, persistentes e convictos lutadores pela liberdade!...
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