O estádio do Dragão vai servir de palco aos casamentos de S. João

Depois comecei a perguntar-me para que serviriam os estádios depois do Euro 2004, com algumas, poucas, dezenas de jogos por ano. Nos jogos não haverá problemas, a lotação estará sempre completa, os bilhetes até são baratos. Um pouco mais carotes são os do Euro e viste-os por um canudo, o que também não admira. Mais cara é a cocaína e vende-se sem necessidade de campanhas parvas de publicidade. Mas os tempos de inactividade, os espaços entre dois jogos e mesmo a inexistência de equipas na região acabaram a preocupar-me. O do Algarve, por exemplo, nem vai servir para que lhe seja dado o nome do presidente do clube que o utilizar. E quanto ao uso nunca se sabe se haverá alguma hipótese de o alugar aos marroquinos, com toda a porrada com que os enchemos ao longo da história, com as fitas que temos feito por causa das pescas e com o facto de saberem, pelos jornais, que o Dr Barroso é tu-cá, tu-lá com o W. Bush, o T. Blair e o M. Aznar.
Mas por alguma coisa os nossos clubes são o exemplo de que fala o major Loureiro e geridos por dirigentes quase vítalícios que são muito melhores do que profissionais. Nisso têm eles e os adeptos fartas razões de regozijo, mesmo que os resultados desportivos às vezes tardem. O primeiro a diversificar a actividade foi o do Dragão. Afastada a possibilidade de extrair areia de debaixo do relvado, com receio de que venha a acontecer ao estádio o mesmo que à ponte de Entre-os-Rios, admitiu-se a possibilidade de vender como pasto a relva excedente. Infelizmente as explorações pecuárias das imediações nem galinhas criam, preferindo importá-las do Vietname, e os porcos dão-se melhor pelas redondezas de Leiria embora disso se queixem as mulheres que, à moda antiga, ainda lavam roupa nas margens dos rios.

José Magalhães e Marina Salomé já se lá casaram. Alheios aos problemas do relvado porque os pombinhos voam e, recém-casados, não desataram logo a correr um atrás do outro, aos insultos e aos arremessos. Fica para mais tarde, quando começarem a fartar-se um do outro. Quanto à noite de núpcias tiveram de ir para outro lado. O Sr Pinto da Costa ainda não avançou com o projecto de alugar quartos. Mas conta que lá se possam realizar, em Junho próximo e à semelhança de Lisboa, os casamentos de S. João.
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