O futebol profissional é uma escola de virtudes
O Sr José Mourinho não tem nenhuma culpa de ser de Setúbal. Terra laboriosa, sacrificada, de boa gente. Mas onde nunca constou da gastronomia regional nenhum chá que desse às pessoas a noção mínima de bom senso e a imagem elementar da educação. De facto teria recolhido mais e melhores ensinamentos se tivesse sido educado em Fafe, cujo chá regional certamente o teria desemburrado. O marmeleiro é uma maravilha e dizem que resulta em qualquer idade, mesmo nos casos difíceis. Já se sabia que o homem era ignorante, inculto e cabotino. Em consequência, arrogante. Mas fazia o seu trabalho, fazia a equipa ganhar competições, atingia objectivos, demonstrava profissionalismo. Uma coisa que em Portugal não tem tradição e se não sabe o que é. Por isso os muitos defeitos lhe iam senso desculpados: nas comemorações qualquer zurrapa serve de champanhe. Hoje veio a público ler um documento excepcionalmente mal escrito no sentido, na forma e na provocação imbecil. Podia ter pago mais uns euros a um advogado para que lho redigisse. Assim o delegado da liga no jogo de sábado passado pode tratá-lo como seu par na desdita do analfabetismo. A credibilidade que tinha e que era consequência dos resultados obtidos pela equipa, enterrou-a nesse dia. Hoje pôs-lhe a pedra tumular em cima. No mesmo dia o seu patrão veio também a público para se portar como um fariseu. Deixando no balneário a ironia e o sarcasmo cáustico que uitiliza e prescindindo da inteligência, veio baixar as calças à frente de toda a gente e virar o cu para a assistência. A forma como às vezes se trata a ordinarice dos outros acaba por ser ainda mais ordinária do que ela. É de estranhar no caso vertente, tratando-se de um homem experiente, habituado a situações de pressão, familiarizado com o futebol exemplar que o major Loureiro instituiu. Lamenta-se! O futebol é como o país: nem tem emenda, nem apresenta melhoras. Temos todos que fazer um esforço no sentido de exportar também os dirigentes. Mesmo que tenhamos de pagar-lhes parte dos ordenados, como se fossem jogadores idos por empréstimo. Como diz o ditado, mais vale tarde do que nunca. Porque de facto já devia ter sido.
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