A contenção do professor Cavaco é o tabu do século XXI?
Não haverá provavelmente ninguém que ande tão a leste do mundo em que vive como os portugueses. Os portugueses ignoram ostensivamente o mundo real e objectivo em que vivem para construírem realidades etéreas que não existem e sobre as quais, convencidos, se perdem depois em longas dissertações teóricas. Que não servem rigorosamente para nada a não ser para alimentar a prosa com que se vai entretendo o Dr Vasco Pulido Valente nas colunas do Diário de Notícias.
Hoje o professor Cavaco Silva fez a apresentação pública do segundo volume daquilo a que ele próprio chamou "Autobiografia política". A dois anos de distância, face à mediocridade do espectro político que nos rodeia e à incontinência alarvemente ambiciosa do Dr Santana Lopes, tornou-se desde logo presunção corrente que o ex-primeiro ministro se iria pronunciar sobre as eleições presidenciais, aquilo que entenderia deverem ser as funções do presidente e, inclusivamente, a clarificação da sua posição - ou da sua não posição, como gosta mais o Dr Guilherme Silva! - como eventual candidato.
Não era preciso esperar que o homem falasse para saber que, a ele, o não atrapalham dessa maneira. Com a sua voz pausada, de timbre aparentemente rude, fez aquilo que ia fazer: apresentar o seu livro. Teceu considerações sobre os anos em que, a um tempo, foi presidente do partido e chefe do governo. Fez algumas revelações que, naturalmente, estarão mais detalhadamente descritas nas folhas impressas. E não foi além disso, como teria obrigação de saber quem se não tivesse ainda esquecido da segurança com que sempre geriu algumas situações. Mesmo que com irritante antipatia.
Teve suficiente suavidade no discurso para dizer que não seria cortesia sua estar a pronunciar-se sobre aquelas eleições quando o actual titular do cargo tem ainda dois anos de mandato para cumprir. Agora, amanhã, o Sr Luís Delgado, que é um português dos quatro costados, vai convictamente dizer que o Dr Santana Lopes tem o caminho livre e a eleição garantida porque o professor Cavaco não é candidato. Começará a correr pelos cafés onde toma a bica o boato de que já está confirmadamente indigitado para assessor de imprensa. E julgará, com a imaginação fértil que lhe atravessa os dias, que é imprescindível para o progresso e até mesmo para a sobrevivência do país. Terá razão: o mundo com portugueses destes é realmente muito mais divertido!
Hoje o professor Cavaco Silva fez a apresentação pública do segundo volume daquilo a que ele próprio chamou "Autobiografia política". A dois anos de distância, face à mediocridade do espectro político que nos rodeia e à incontinência alarvemente ambiciosa do Dr Santana Lopes, tornou-se desde logo presunção corrente que o ex-primeiro ministro se iria pronunciar sobre as eleições presidenciais, aquilo que entenderia deverem ser as funções do presidente e, inclusivamente, a clarificação da sua posição - ou da sua não posição, como gosta mais o Dr Guilherme Silva! - como eventual candidato.
Não era preciso esperar que o homem falasse para saber que, a ele, o não atrapalham dessa maneira. Com a sua voz pausada, de timbre aparentemente rude, fez aquilo que ia fazer: apresentar o seu livro. Teceu considerações sobre os anos em que, a um tempo, foi presidente do partido e chefe do governo. Fez algumas revelações que, naturalmente, estarão mais detalhadamente descritas nas folhas impressas. E não foi além disso, como teria obrigação de saber quem se não tivesse ainda esquecido da segurança com que sempre geriu algumas situações. Mesmo que com irritante antipatia.
Teve suficiente suavidade no discurso para dizer que não seria cortesia sua estar a pronunciar-se sobre aquelas eleições quando o actual titular do cargo tem ainda dois anos de mandato para cumprir. Agora, amanhã, o Sr Luís Delgado, que é um português dos quatro costados, vai convictamente dizer que o Dr Santana Lopes tem o caminho livre e a eleição garantida porque o professor Cavaco não é candidato. Começará a correr pelos cafés onde toma a bica o boato de que já está confirmadamente indigitado para assessor de imprensa. E julgará, com a imaginação fértil que lhe atravessa os dias, que é imprescindível para o progresso e até mesmo para a sobrevivência do país. Terá razão: o mundo com portugueses destes é realmente muito mais divertido!
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