Festejos do 25 de Abril sem carga político-partidária
O ministro Morais Sarmento disse ontem que o governo queria que os 30 anos do 25 de Abril fossem festejados "sem carga político-partidária" e sob a perspectiva da "evolução" do país. Acrescentou ainda que "é para todos importante que sejam expurgadas de cargas político-partidárias e que constituam uma festa nacional, com uma intensidade e um apelo que envolvam toda a sociedade portuguesa". E não terminou sem dizer que "os valores de Abril não são compatíveis com comemorações rotineiras e enquadradas em considerações meramente ideológicas".
O ministro da presidência podia ser imprevisível quando iniciou funções, altura em que ninguém sabia quem era, a não ser no boxe. Hoje é mais do que previsível e ninguém esperava que pudesse dizer coisas diferentes das que disse. Como ele bem sabe todos os partidos políticos do espectro parlamentar têm, desde sempre, tentado apropriar-se de determinadas datas politicamente relevantes da história nacional. Não apenas do 25 de Abril, mas igualmente do 10 de Junho e do 5 de Outubro, por exemplo. E assim vai continuar a ser, mesmo que o partido do Dr Sarmento reivindique a data e as comemorações só para si.
Hoje não se põe sequer a falsa questão da ideologia, que ele ainda qualificou de vulgar. Porque nos dias que correm se não vê - e o facto não se restringe à realidade portuguesa - que o chamado "combate" político assuma feições ideológicas. As ideologias, se as havia, acompanharam na queda o muro de Berlim. Mas não estão presentes na construção de todos os muros da Cisjordânia.
As comemorações de uma determinada data nacional seriam nacionais numa sociedade de consenso, em que todos fossem capazes de sobrepor interesses colectivos a benefícios individuais. O que, como se sabe, não é o caso. Em relação a nada. A sociedade portuguesa, a que hoje parece ser chique chamar "sociedade civil", sem que ninguém minimamente venha definir o que isso é, perde-se em questiúnculas menores, desgasta-se em tempestades em copos de água. Consegue o partido do Dr Sarmento, ao menos, conciliar a perspectiva que anuncia sobre as comemorações do 25 de Abril, por exemplo, com o seu parceiro de coligação que, desde sempre, considera a data uma catástrofe nacional e a verbera vigorosamente?
Agora bom seria é que a assembleia, constituída por 230 néscios sem verticalidade e sem vergonha, reconhecesse que alguém esteve por detrás do acontecimento, com objectivos definitivamente políticos, que não ideológicos. E fosse capaz de reconhecer a esses homens, independentemente do trajecto pessoal que depois possam ter seguido, o mérito que tiveram. Até na forma como depois foram empurrados de cena, esquecidos e lançados em campa rasa. Sem ter sido preciso recorrer ao uso de armas, como sempre é preciso fazer para manter os estados de guerra.
O ministro da presidência podia ser imprevisível quando iniciou funções, altura em que ninguém sabia quem era, a não ser no boxe. Hoje é mais do que previsível e ninguém esperava que pudesse dizer coisas diferentes das que disse. Como ele bem sabe todos os partidos políticos do espectro parlamentar têm, desde sempre, tentado apropriar-se de determinadas datas politicamente relevantes da história nacional. Não apenas do 25 de Abril, mas igualmente do 10 de Junho e do 5 de Outubro, por exemplo. E assim vai continuar a ser, mesmo que o partido do Dr Sarmento reivindique a data e as comemorações só para si.
Hoje não se põe sequer a falsa questão da ideologia, que ele ainda qualificou de vulgar. Porque nos dias que correm se não vê - e o facto não se restringe à realidade portuguesa - que o chamado "combate" político assuma feições ideológicas. As ideologias, se as havia, acompanharam na queda o muro de Berlim. Mas não estão presentes na construção de todos os muros da Cisjordânia.
As comemorações de uma determinada data nacional seriam nacionais numa sociedade de consenso, em que todos fossem capazes de sobrepor interesses colectivos a benefícios individuais. O que, como se sabe, não é o caso. Em relação a nada. A sociedade portuguesa, a que hoje parece ser chique chamar "sociedade civil", sem que ninguém minimamente venha definir o que isso é, perde-se em questiúnculas menores, desgasta-se em tempestades em copos de água. Consegue o partido do Dr Sarmento, ao menos, conciliar a perspectiva que anuncia sobre as comemorações do 25 de Abril, por exemplo, com o seu parceiro de coligação que, desde sempre, considera a data uma catástrofe nacional e a verbera vigorosamente?
Agora bom seria é que a assembleia, constituída por 230 néscios sem verticalidade e sem vergonha, reconhecesse que alguém esteve por detrás do acontecimento, com objectivos definitivamente políticos, que não ideológicos. E fosse capaz de reconhecer a esses homens, independentemente do trajecto pessoal que depois possam ter seguido, o mérito que tiveram. Até na forma como depois foram empurrados de cena, esquecidos e lançados em campa rasa. Sem ter sido preciso recorrer ao uso de armas, como sempre é preciso fazer para manter os estados de guerra.
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