7 de março de 2004

Efemérides

Assinalem-se os 83 anos de vida do Partido Comunista Português, completados ontem. É importante reconhecer o desempenho do PCP na luta contra o regime saído do 28 de Maio. Sem tréguas ou desfalecimentos. Com sangue, suor e lágrimas. Com acções espectaculares cujos pormenores são preservados na penumbra, como a evasão do Forte de Peniche, e com acções menos meritórias, a seguir ao 25 de Abril. Custa hoje ver que o PCP continua definhando, órfão que se mantém de um dirigente ímpar como foi o Dr Cunhal. Num país em que o espectro político é um árido vazio de ideias, difícil seria pretender que, no PCP, as coisas fossem diferentes. Tanto mais que todos os outros partidos existentes, com representação parlamentar ou sem ela, lhe devem sempre alguma coisa. Como os portugueses, mesmo sem serem comunistas e sem precisarem de o ser. Que o futuro lhe reserve as ideias que lhe faltam. Ao partido e a toda a classe política do país.

Hoje registem-se os 47 anos que a RTP completa. Com a história de ser pioneira e de ter feito, no passado, grandes coisas em benefício do entretenimento e da cultura dos portugueses. Caminho que subverteu e abandonou, mantendo-se hoje numa luta inglória contra as televisões generalistas, abdicando de princípios, de ética e frequentemente de moral. Invocando o serviço público que presta mas que se não vê. Hoje mesmo, e talvez se pense que seja isso, anunciou que a 13 de Junho - dia em que se realizam as eleições para o parlamento europeu - a estação fará a cobertura desse acontecimento, relegando para outro canal a transmissão de um qualquer encontro de futebol enquadrado no Euro 2004. Acontece que as eleições europeias nunca despertaram e não vão despertar grande interesse público porque, sendo connosco, não se sabe bem se são para nós. A mais de três meses de distância estima-se já que a abstenção - a grande vencedora de todas as eleições - poderá ultrapassar os 60 por cento. Que o futuro reserve também à RTP um outro caminho. A bem do público e em detrimento da classe política que a controla e a utiliza na perseguição dos seus objectivos.

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