9 de março de 2004

Pensávamos que só não soubessem matemática

Hoje enaltecemos este homem e a coluna que vai mantendo, a par de cinquenta e oito outras actividades que desenvolve, diária e simultaneamente. Vale a pena ler a sua crónica de hoje ou, pelo menos, o seu último parágrafo.

Que os portugueses têm desde sempre uma muito má relação com a matemática não é novidade para ninguém. Toda a gente se recorda ainda do embaraço que causou ao engenheiro Guterres um cálculo simples, de quaisquer seis por cento, relacionados com o PIB. Engasgou-se, mastigou, engoliu em seco e adiantou depois, à quarta tentativa, que apenas era necessário fazer a conta. As dificuldades provinham, recorde-se, de um homem inteligente, - não se confunda com governante eficiente! - por acaso licenciado em engenharia com a média de 19 valores.

Agora que o governo nomeie para coordenadora do ensino do português em França uma pessoa licenciada em matemática suscita-nos algumas reservas, mas adiante. Fica-nos a suposição que se pretende, dessa forma, melhorar os padrões de ensino da matemática aos franceses que aprendem português. Mais surrealista é a característica da pessoa não saber francês, o que obriga os seus interlocutores a saberem português. Chauvinistas como são, os franceses estão-se marimbando para o domínio da língua de Camões. Então a nomeada tem que fazer-se acompanhar por um intérprete que a acompanha para todo o lado. Ela fala em português, o intérprete traduz para francês. O interlocutor responde em francês, o intérprete traduz para português.

Não lembra nem ao diabo, pois não? Mas lembra ao nosso patriótico governo!

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