9 de março de 2004

Portugal no seu melhor

Portugal no seu melhor é um lugar comum e uma expressão idiota que não faz nenhum sentido. O país é, liminarmente, um país de excepção em tudo. Sempre e a toda a hora, sete dias por semana, domingos incluídos. A expressão deve ter a paternidade de algum político da nossa praça como apogeu da sua carreira ou de qualquer resistente velho pároco de aldeia que assim terá querido celebrar a esmola mais larga de benemérito sobrevivente fidalgo de província.

Se algum dia alguém tivesse a infeliz ideia de encher jornais, revistas, rádios e televisões com assuntos de Portugal no seu melhor, bem que lhes poderiam dobrar o número de páginas e alterar a duração dos dias para que as emissões pudessem ser ainda mais longas. Mesmo assim o espaço ou o tempo não seriam suficientes, ainda que cada figuração num jornal se limitasse à dimensão da coluna do Dr Eduardo Prado Coelho e das revistas de coração fossem excluídos os dramas pessoais da D Rute Marques. Para já não falar, em termos mais eruditos, na cultura que nos transmite o Sr Jorge Perestrelo em cada golo que nos relata ou em cada "rapa na rapaqueca" que nos conta.

Ainda agora, a questão da TAP e do Dr Cardoso Cunha que é o presidente do conselho de administração. O Dr Cardoso Cunha ocupou já todos os lugares políticos onde as remunerações suplantaram sempre as que o Dr Paulo Portas paga aos seus competentes assessores e, provavelmente, o valor da reforma do Dr Eduardo Catroga. Nessa condição veio publicamente revelar que não tinha visto nenhumas contas da transportadora e que as não tinha aprovado. O que quer dizer que sendo o mais alto responsável pela gestão da empresa, tendo sob sua responsabilidade a manutenção de uma contabilidade - está bem, pode ser criativa! - e a elaboração anual de contas, ela não sabe de nada, ele não viu nada, ele pura e simplesmente não estava lá. Se calhar nunca soube quanto lhe pagavam e não sabe mesmo se o têm feito integral e atempadamente.

Obviamente por despeito, corre o boato de que entre ele e o brasileiro Fernando Pinto se trava uma guerra surda - foi assim que ouvimos referi-la! - em que, portanto, se não ouve o estampido dos tiros e o estrondo da metralha. É uma guerra cirúrgica - que é um termo e uma técnica muito utilizados nas guerras feitas por profissionais - que não causa prejuízos à audição dos intervenientes e os dispensa da utilização daqueles horrorosos protectores para os ouvidos. O motivo? Ora! Naturalmente alguma atraente mulata de dezoito anos de S. Salvador da Baía!

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