29 de abril de 2004

Fátima Felgueiras: a pouca vergonha dela e da RTP

Desapaixonadamente mas com incomensurável indignação. Num país onde se conhecesse o mais elementar princípio de ética, onde fosse observado o mais remoto e grosseiro sentido deontológico, onde se respeitasse o mais relaxado profissionalismo que se possa imaginar, onde a palavra decoro ainda figurasse no mais básico dos dicionários escolares, não seríamos sujeitos, à custa do dinheiro de impostos que nos obrigam a pagar para o esbanjamento, à pouca vergonha a que a televisão pública acaba de nos sujeitar com mais um episódio grotesto do caso Felgueiras mulher, Felgueiras cidade.

Hoje, finalmente, foi deduzida acusação contra Fátima Felgueiras, presidente da Câmara do Concelho com o mesmo nome, foragida no Brasil desde a data em que o Tribunal da Relação de Guimarães se pronunciou pela prisão preventiva e ela, oportunamente avisada da decisão, se meteu no carro e rumou a Madrid à procura de avião que a levasse até ao Rio de Janeiro. São conhecidos depois os episódios grotestos com que nos foram contemplando, como se fossemos atrasados mentais.

Entendeu a RTP-1, certamente por decisão do Sr José Rodrigues dos Santos que para além de um dos apresentadores do telejornal é também director de informação, que a acusação era notícia. E provavelmente seria, com uma discreta referência, lida seguramente em menos de trinta segundos. Mas não! Foi-o com tempo de satélite e com a dita senhora a debitar em directo respostas em bugalhos quando se lhe falava de alhos. E com o Sr Rodrigues dos Santos a baixar submissamente as orelhas - ele, que até as tem de abano! - para que a senhora continuasse a violentar-nos com o seu discurso mal intencionado e de má fé.

São estes políticos que temos, é esta televisão que temos, são estes profissionais a que impropriamente chamam de comunicação social. Ao pé deles Salazar não passava de um simplório aprendiz, acabado de chegar de uma qualquer recôndita aldeia beirã. E sem os recursos materiais e técnicos de que hoje dispõem, temos de reconhecer que Joseph Goebbels foi um génio no desempenho das suas tarefas de propagandista do que de mais hediondo atravessou a Europa!

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