A conveniência do erro informático
O governo deve, urgentemente, incluir como primeiro ponto da ordem de trabalhos de um dos seus próximos plenários, a reformulação da sua estrutura organizativa. Isto porque os ministérios se começam a confundir uns com os outros por terem denominações semelhantes, o que aliás já vinha acontecendo com os ministros. No início a gente ainda se entendia e quando se referia o ministério da trapalhada deduzia-se que estava em causa a administração interna. Como se sabia que o ministro, mesmo que se lhe não soubesse o nome, era um que usa óculos e que, viajava para o Iraque e, mais recentemente, acompanha o sinal de partida de operações policiais à caça de condutores alcoolizados enquanto bebe champanhe de Reims.
Depois foi aquela coisa com aquele ministro de barbas, que mora para os lados de Oeiras, cujo nome nos escapa. Que tinha um sobrinho na Suiça, que era taxista, e que tinha medo de ter o dinheiro em nome dele por causa da voracidade dos banqueiros da praça de Zurique. Vai daí sobrecarrega o tio, um homem respeitável e insuspeito, desempenhando um cargo importante, mas com muito que fazer. Saindo sempre de casa cedo e regressando a desoras, depois de último beberete do dia. Valeram ao ex-ministro os bons costumes dos portugueses que quando sentem o larápio ir-lhes ao bolso das calças lhe perguntam sempre se não quer também pesquisar os do casaco.
Agora o estatuto é também reclamado pelo ministro que esteve a tempo parcial como vereador da câmara de Oeiras, a fazer uma perninha por causa do tempo para a reforma. E ainda a garantir o rendimento adicional que lhe permitisse pagar as horas ao jardineiro, ainda que este fosse ucraniano e lhe não fossem feitos os descontos para a caixa. Desembaraçou-se depressa este justo - aliás, justinho - ministro da última trapalhada. O que não quer dizer que o tenha feito de forma tão eficaz como os seus parceiros. Quer dizer, boa vontade ele tem, empenhamento ele demonstra, mas ainda lhe falta traquejo.
Não perdeu tempo e culpou a informática e os computadores. Toda a trapalhada que ocorreu com as listas do concurso de professores foi um mero erro informático. E os computadores, desde sempre, tiveram as costas largas, por causa de coisas esquisitas a que dão nomes marcianos como bits, bytes, megabytes, input devices, output devices, scanners. Mas, ao mesmo tempo, os computadores são máquinas. E como máquinas, felizmente, são estúpidas. De forma que adianta pouco, ou não adianta mesmo nada, tentar atribuir-lhes inteligência, por mais artificial que seja. Os computadores só assimilam - se é que o termo pode ser utilizado neste contexto - aquilo que os homens inteligentes lhes ensinam. Sendo certo que alguns, que os ensinam, são exactamente tão inteligentes como eles!
Depois foi aquela coisa com aquele ministro de barbas, que mora para os lados de Oeiras, cujo nome nos escapa. Que tinha um sobrinho na Suiça, que era taxista, e que tinha medo de ter o dinheiro em nome dele por causa da voracidade dos banqueiros da praça de Zurique. Vai daí sobrecarrega o tio, um homem respeitável e insuspeito, desempenhando um cargo importante, mas com muito que fazer. Saindo sempre de casa cedo e regressando a desoras, depois de último beberete do dia. Valeram ao ex-ministro os bons costumes dos portugueses que quando sentem o larápio ir-lhes ao bolso das calças lhe perguntam sempre se não quer também pesquisar os do casaco.
Agora o estatuto é também reclamado pelo ministro que esteve a tempo parcial como vereador da câmara de Oeiras, a fazer uma perninha por causa do tempo para a reforma. E ainda a garantir o rendimento adicional que lhe permitisse pagar as horas ao jardineiro, ainda que este fosse ucraniano e lhe não fossem feitos os descontos para a caixa. Desembaraçou-se depressa este justo - aliás, justinho - ministro da última trapalhada. O que não quer dizer que o tenha feito de forma tão eficaz como os seus parceiros. Quer dizer, boa vontade ele tem, empenhamento ele demonstra, mas ainda lhe falta traquejo.
Não perdeu tempo e culpou a informática e os computadores. Toda a trapalhada que ocorreu com as listas do concurso de professores foi um mero erro informático. E os computadores, desde sempre, tiveram as costas largas, por causa de coisas esquisitas a que dão nomes marcianos como bits, bytes, megabytes, input devices, output devices, scanners. Mas, ao mesmo tempo, os computadores são máquinas. E como máquinas, felizmente, são estúpidas. De forma que adianta pouco, ou não adianta mesmo nada, tentar atribuir-lhes inteligência, por mais artificial que seja. Os computadores só assimilam - se é que o termo pode ser utilizado neste contexto - aquilo que os homens inteligentes lhes ensinam. Sendo certo que alguns, que os ensinam, são exactamente tão inteligentes como eles!
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