Uma ponte atrapalhada de mais
A ponte que hoje foi inaugurada em Coimbra, ligando as margens do rio Mondego, não é um projecto de engenharia. Tão pouco é um equívoco e não lhe basta o epíteto de trapalhada. Mais do que isso, é uma novela completa, com enredo complicado, a começar pelo custo.
O contrato inicial previa um custo de menos de seis milhões de contos. Acabou a custar mais de quinze, quase três vezes mais. O projecto inicial pertence a um professor catedrático do Instituto Superior Técnico mas a obra é entregue ao empreiteiro sem que o mesmo esteja completo. O dono da obra contrata o projectista como consultor e, com a concordância deste, o empreiteiro faz o mesmo. As obras estiveram suspensas, o projectista foi dispensado, de permeio houve material dispendioso que se partiu e teve de ir para o entulho.
Em substituição do projectista inicial foram contratados os projectistas preteridos no concurso, em razão da escolha do primeiro. Arrasaram o concorrente e o projecto, defendendo que a ponte acabaria por cair sozinha. Em vésperas da inauguração um relatório do Tribunal de Contas sustenta que as alterações produzidas beneficiaram o empreiteiro e transferiram os prejuízos para o Estado. Ao mesmo tempo desvaloriza um relatório anterior, da Inspecção-Geral de Obras Públicas e Transportes, afirmando que o trabalho desta se circunscreveu a questões técnicas e não inquiriu com a profundidade que devia. O relatório da Inspecção considerava, todavia, esta ponte um verdadeiro caso exemplar de como não promover, projectar e construir uma obra pública, sendo que um dos relatores fora no passado sócio do projectista, com quem se incompatibilizou.
Entretanto o projectista inicial sentiu-se prejudicado e ofendido. Nomeou advogado com quem analisa a hipótese de agir judicialmente contra os responsáveis. Por mera casualidade o advogado é o Dr Guilherme Silva, deputado do PSD e chefe do respectivo grupo parlamentar. Tanto quanto se sabe, de momento, não há envolvimento de figuras ligadas ao futebol profissional ou isso não foi revelado.
Com pompa e circunstância, mas sem vergonha de ninguém, a ponte foi hoje inaugurada. Sendo primeiro-ministro Durão Barroso, presidente da câmara Carlos Encarnação, líder do maior partido da oposição Ferro Rodrigues e presidente do Futebol Clube do Porto Jorge Nuno Pinto da Costa. José Mourinho já antes gritara: tirem-me deste filme, e vai a caminho do Reino Unido. Quanto à história, mais detalhada, pode ser vista em pormenor por estas paragens.
O contrato inicial previa um custo de menos de seis milhões de contos. Acabou a custar mais de quinze, quase três vezes mais. O projecto inicial pertence a um professor catedrático do Instituto Superior Técnico mas a obra é entregue ao empreiteiro sem que o mesmo esteja completo. O dono da obra contrata o projectista como consultor e, com a concordância deste, o empreiteiro faz o mesmo. As obras estiveram suspensas, o projectista foi dispensado, de permeio houve material dispendioso que se partiu e teve de ir para o entulho.
Em substituição do projectista inicial foram contratados os projectistas preteridos no concurso, em razão da escolha do primeiro. Arrasaram o concorrente e o projecto, defendendo que a ponte acabaria por cair sozinha. Em vésperas da inauguração um relatório do Tribunal de Contas sustenta que as alterações produzidas beneficiaram o empreiteiro e transferiram os prejuízos para o Estado. Ao mesmo tempo desvaloriza um relatório anterior, da Inspecção-Geral de Obras Públicas e Transportes, afirmando que o trabalho desta se circunscreveu a questões técnicas e não inquiriu com a profundidade que devia. O relatório da Inspecção considerava, todavia, esta ponte um verdadeiro caso exemplar de como não promover, projectar e construir uma obra pública, sendo que um dos relatores fora no passado sócio do projectista, com quem se incompatibilizou.
Entretanto o projectista inicial sentiu-se prejudicado e ofendido. Nomeou advogado com quem analisa a hipótese de agir judicialmente contra os responsáveis. Por mera casualidade o advogado é o Dr Guilherme Silva, deputado do PSD e chefe do respectivo grupo parlamentar. Tanto quanto se sabe, de momento, não há envolvimento de figuras ligadas ao futebol profissional ou isso não foi revelado.
Com pompa e circunstância, mas sem vergonha de ninguém, a ponte foi hoje inaugurada. Sendo primeiro-ministro Durão Barroso, presidente da câmara Carlos Encarnação, líder do maior partido da oposição Ferro Rodrigues e presidente do Futebol Clube do Porto Jorge Nuno Pinto da Costa. José Mourinho já antes gritara: tirem-me deste filme, e vai a caminho do Reino Unido. Quanto à história, mais detalhada, pode ser vista em pormenor por estas paragens.
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial