As viaturas dos bombeiros e a normalidade do país
O país nasceu cansado e vive doente. Todo! Todos nós, por uma vez na vida, confessámos já ser filhos de senhoras doentes e cansadas e, elas próprias, padecem ou padeciam do mesmo. Acontece isso com os cidadãos e acontece isso com tudo, no exercício de todas as actividades. Nasce-se velho e vive-se velho. Cada um de nós se arrasta com a energia e a alegria típicas de quem incorpora, arrimado a uma bengala, o cortejo fúnebre de uma tia-avó. Que ainda por cima nem fez liftings nem deixou herança. Como uma pequena multidão incrédula o país vai fenecendo à beira Tejo, junto à Torre de Belém, com o emblema da associação dos velhos do Restelo na lapela. Sem ideias, sem presente e sem futuro. À espera que a manhã nasça de nevoeiro e traga de volta, bonito, efeminado e vitorioso el-rei D. Sebastião, o desejado. De Álcacer Quibir!
As corporações de bombeiros não recrutam mercenários no estrangeiro e, sob a supervisão tetraplégica do ministro, servem-se do material que possuem. Os bombeiros, todos eles, não têm parques automóveis. Têm depósitos de sucata, a céu aberto, funcionando sem regras e sem licenças, no meio dos pinhais. Não são meios de combate a fogos, são rastilhos. Arrastados para o combate a fogos, recusam-se. A meio das subidas e nos sulcos dos acessos improvisados estacam e negam-se a prosseguir. Em pouco tempo exigem que lhes acudam a eles, com meios rudimentares. Onde se salientam, pela inovação tecnológica, o balde de plástico e a vassoura de carqueja.
Há viaturas que estão permanentemente de baixa, sem subsídio de doença. Passam o ano a ser submetidas a exames dispendiosos que, apesar disso, nada ajudam ao diagnóstico. Vão à radiologia seis, sete vezes por ano, em alguns casos, a ver como vão os índices de alcatrão nos pulmões, como impenitentes fumadores. A entidade reguladora, que deve depender do ministro da saúde, acha mal e acha anómalo. Não lhe interessa a doença, interessa-lhe apenas a economia. Preocupa-se com o facto de algumas viaturas se apresentarem aos exames para que outras foram convocadas. Ainda por cima sem identificação e sem bilhete de identidade. Como fantasmas! Aquilo que o país mais tem e que, estupidamente, não exporta.
O país já tem uma longevidade democrática para compreender que nada é anómalo. Nem as filas de espera nos centros de saúde, nem a queda vertical da qualidade dos serviços na PT e nos Correios. Tão pouco o roubo praticado nas autarquias a que chamam peculato. Mesmo condenado, com sentença em vias de cumprimento, nenhum presidente de câmara roubou. Cometeu peculato! Não se aceita, assim, que seja recriminado um convívio na floresta, para os lados de Lamego, cujos participantes foram transportados de helicóptero mas que, de facto, levavam braçadeiras de vigilantes e telemóveis inúteis no fundo da algibeira. Que mal tem que haja agora viaturas que façam sete ecografias por ano, quando têm de se deslocar de ambulância? Há viaturas que não existem? Que se não sabe a quem pertencem? E daí?
Asseguram agora que quadruplicou o número de inspecções de viaturas e que triplicou o respectivo custo. E então? É a crise e o rigor financeiro que a mesma impõe, pela mão da ministra das finanças. Por isso é que a função pública não deve ser aumentada. Mais! Deve é conformar-se com menores salários para ajudar à retoma e ao descontrolado esbanjamento noutros sectores. Para ajudar ao Euro e ao ordenado do cobrador de impostos que a Opus Dei, em visão, recomendou ao Terreiro do Paço.
As corporações de bombeiros não recrutam mercenários no estrangeiro e, sob a supervisão tetraplégica do ministro, servem-se do material que possuem. Os bombeiros, todos eles, não têm parques automóveis. Têm depósitos de sucata, a céu aberto, funcionando sem regras e sem licenças, no meio dos pinhais. Não são meios de combate a fogos, são rastilhos. Arrastados para o combate a fogos, recusam-se. A meio das subidas e nos sulcos dos acessos improvisados estacam e negam-se a prosseguir. Em pouco tempo exigem que lhes acudam a eles, com meios rudimentares. Onde se salientam, pela inovação tecnológica, o balde de plástico e a vassoura de carqueja.
Há viaturas que estão permanentemente de baixa, sem subsídio de doença. Passam o ano a ser submetidas a exames dispendiosos que, apesar disso, nada ajudam ao diagnóstico. Vão à radiologia seis, sete vezes por ano, em alguns casos, a ver como vão os índices de alcatrão nos pulmões, como impenitentes fumadores. A entidade reguladora, que deve depender do ministro da saúde, acha mal e acha anómalo. Não lhe interessa a doença, interessa-lhe apenas a economia. Preocupa-se com o facto de algumas viaturas se apresentarem aos exames para que outras foram convocadas. Ainda por cima sem identificação e sem bilhete de identidade. Como fantasmas! Aquilo que o país mais tem e que, estupidamente, não exporta.
O país já tem uma longevidade democrática para compreender que nada é anómalo. Nem as filas de espera nos centros de saúde, nem a queda vertical da qualidade dos serviços na PT e nos Correios. Tão pouco o roubo praticado nas autarquias a que chamam peculato. Mesmo condenado, com sentença em vias de cumprimento, nenhum presidente de câmara roubou. Cometeu peculato! Não se aceita, assim, que seja recriminado um convívio na floresta, para os lados de Lamego, cujos participantes foram transportados de helicóptero mas que, de facto, levavam braçadeiras de vigilantes e telemóveis inúteis no fundo da algibeira. Que mal tem que haja agora viaturas que façam sete ecografias por ano, quando têm de se deslocar de ambulância? Há viaturas que não existem? Que se não sabe a quem pertencem? E daí?
Asseguram agora que quadruplicou o número de inspecções de viaturas e que triplicou o respectivo custo. E então? É a crise e o rigor financeiro que a mesma impõe, pela mão da ministra das finanças. Por isso é que a função pública não deve ser aumentada. Mais! Deve é conformar-se com menores salários para ajudar à retoma e ao descontrolado esbanjamento noutros sectores. Para ajudar ao Euro e ao ordenado do cobrador de impostos que a Opus Dei, em visão, recomendou ao Terreiro do Paço.
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