O azul de Portugal e dos Algarves
O Porto anoiteceu azul, o azulão acentuou-se durante a noite, de manhã polvilhou as imediações do estádio do Dragão. Depois o azul foi-se espelhando pelo país todo, mesmo a sul do rio Douro, do rio Mondego e do rio Tejo. Chegou até aos Algarves, ainda antes da revisão das tabelas de preços dos hotéis e das pensões, para as duas semanas do Euro e os dois meses do Verão breve.
Todos nós, de facto, andamos azuis por dentro, há imenso tempo. Sem que esse azul seja o do sangue da nobreza. Serviu o facto para que expandíssemos esse azul retraído, atormentado, enclausurado dentro do peito. O futebol esmagou as declarações políticas, reduziu a nada o feitio de sogra da Dra Manuela Ferreira Leite, relegou para as calendas as decisões do ministro Portas sobre os submarinos e, já agora, sobre a privatização das Ogma.
A falta de sensibilidade política não levou o governo a aproveitar o sinal evidente da retoma, vindo de Gelsenkirchen, vestido de azul e branco. O poder de compra de quem correu atrás da bola cresceu ontem drasticamente, na ordem de 20.000 contos por cabeça. No caso do Sr José Mourinho, mesmo sentado no banco, cresceu mais: cerca de 100.000 contos. No seguimento disto não vai custar nada ao governo proceder a aumentos intercalares na função pública e no salário mínimo. Até já começou, com a admissão de novo director para os impostos, a ganhar um ordenado que se veja, parecido com os que se praticam na superliga e na administração do Metro do Porto.
Os desmancha prazeres mantiveram-se insensíveis e conservaram as suas colunas de opinião tristes, nebulosas e preocupadas. José Manuel Fernandes, muito para o sério, insurge-se contra aquilo a que chama relatórios políticos da Amnistia Internacional e acha ridículo que se diga que se vive hoje, em relação aos direitos humanos, a pior situação dos últimos cinquenta anos. E que se misturem factos com opiniões quando, em relação a ele, ninguém se preocupa que só emita opiniões sem nenhuns factos. Pacheco Pereira prossegue com a sua laboriosa questão a saber se as democracias podem hoje conduzir uma guerra. Para maior credibilidade, fá-lo na condição de vice-presidente do Parlamento Europeu. Sempre é um bocado diferente de ser o Abrupto feito pelos seus leitores, sujeitos ao exame prévio do censor que aí é o conhecido comentador da Amareleja. Sem admissão de comentários.
É uma quinta-feira chocha, esta. Cinzenta em tudo, no tempo encoberto e nas temperaturas envergonhando-se também por detrás das nuvens. Depois da noitada e dos shots o país está de ressaca, dormindo a sono solto. Mesmo quando caminha, com passo trôpego e inseguro. Realmente o futebol é assim como uma maldita cocaína. Entorpece. Nem sequer há quem anuncie novas greves.
Todos nós, de facto, andamos azuis por dentro, há imenso tempo. Sem que esse azul seja o do sangue da nobreza. Serviu o facto para que expandíssemos esse azul retraído, atormentado, enclausurado dentro do peito. O futebol esmagou as declarações políticas, reduziu a nada o feitio de sogra da Dra Manuela Ferreira Leite, relegou para as calendas as decisões do ministro Portas sobre os submarinos e, já agora, sobre a privatização das Ogma.
A falta de sensibilidade política não levou o governo a aproveitar o sinal evidente da retoma, vindo de Gelsenkirchen, vestido de azul e branco. O poder de compra de quem correu atrás da bola cresceu ontem drasticamente, na ordem de 20.000 contos por cabeça. No caso do Sr José Mourinho, mesmo sentado no banco, cresceu mais: cerca de 100.000 contos. No seguimento disto não vai custar nada ao governo proceder a aumentos intercalares na função pública e no salário mínimo. Até já começou, com a admissão de novo director para os impostos, a ganhar um ordenado que se veja, parecido com os que se praticam na superliga e na administração do Metro do Porto.
Os desmancha prazeres mantiveram-se insensíveis e conservaram as suas colunas de opinião tristes, nebulosas e preocupadas. José Manuel Fernandes, muito para o sério, insurge-se contra aquilo a que chama relatórios políticos da Amnistia Internacional e acha ridículo que se diga que se vive hoje, em relação aos direitos humanos, a pior situação dos últimos cinquenta anos. E que se misturem factos com opiniões quando, em relação a ele, ninguém se preocupa que só emita opiniões sem nenhuns factos. Pacheco Pereira prossegue com a sua laboriosa questão a saber se as democracias podem hoje conduzir uma guerra. Para maior credibilidade, fá-lo na condição de vice-presidente do Parlamento Europeu. Sempre é um bocado diferente de ser o Abrupto feito pelos seus leitores, sujeitos ao exame prévio do censor que aí é o conhecido comentador da Amareleja. Sem admissão de comentários.
É uma quinta-feira chocha, esta. Cinzenta em tudo, no tempo encoberto e nas temperaturas envergonhando-se também por detrás das nuvens. Depois da noitada e dos shots o país está de ressaca, dormindo a sono solto. Mesmo quando caminha, com passo trôpego e inseguro. Realmente o futebol é assim como uma maldita cocaína. Entorpece. Nem sequer há quem anuncie novas greves.
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