21 de maio de 2004

Para cobrador de fraque é caro!

Começou a circular publicamente, como sempre com base em factos, boatos e suposições de que nunca se saberá nem a origem nem a identidade, que a ministra das finanças tinha ido, à sorrelfa e de má fé, recrutar o novo director dos impostos ao Banco Millenium, representação portuguesa da Opus Dei. Consta, ao mesmo tempo, que o novo director irá ganhar 60.000 euros mensais, o equivalente a doze mil contos e a cerca de 165 salários mínimos nacionais. O que permite, desde logo, afirmar que o homem não vale por dois mas, muito mais apropriadamente, por 165.

A tarefa primária do director de impostos será combater a evasão fiscal, fazer crescer a receita, - de modo a que o Estado autoproclamado rigoroso e sovina possa gastar mais à ganância - e conseguir a cobrança dos impostos que ninguém paga e aguarda que prescrevam com o tempo. Quer dizer, um cobrador de fraque, usando fato de seda pura e deslocando-se no banco de trás de um automóvel topo de gama, levando no bolso meia dúzia de cartões de crédito, todos de cor dourada.

As funções compreendem-se. Agora não sendo o homem nem futebolista, nem treinador brasileiro, não tendo sido eleito deputado europeu pela Itália, não indo fazer baixar o preço do petróleo ou levar a nossa querida - e pública! - RTP a dar lucros à maneira das empresas do Bill Gates, parece-nos que o ordenado é um bocado elevado. Para cobrador de fraque é caro!

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