A comissão de sábios para a privatização da Galp
Portugal é um país predestinado para grande eventos, gigantescas realizações e comissões sem conta. Os portugueses foram desde sempre criativos em tudo, até no futebol e nas contas públicas. Não se programa nada, vai-se andando ao ritmo que a canícula estival deixa. Segundo o método que o engenheiro Edgar Cardoso utilizava para construir pontes a atravessar rios. Pediam-lhe, reverentemente, que as construísse, por convite. Mas não lhe pedissem aquele amontoado de desenhos e memórias descritivas que acabavam, invariavelmente, a morrer no bafio dos arquivos.
Mas Portugal supera-se a si próprio quando de trata de instituir e nomear comissões. Para tudo e com as mais imaginosas designações. Comissões instaladoras, desinstaladoras, ad-hoc, de fixação de remunerações, de inquérito, de gestão, de avaliação, liquidatárias, de trabalhadores, de redacção, de arbitragem. Algumas paróquias têm até, surpreendentemente, comissões fabriqueiras. Que, como no caso das restantes, se não sabe para que servem e muito menos o que fazem. Mas devem fabriqueirar qualquer coisa. Agora, não deixando os créditos atravessar a fronteira do Caia e ir parar a mãos impudicamente castelhanas, Portugal passou a dispor também de comissões de sábios.
Peca todavia a designação por ser demasiado generalista, como as televisões de sinal aberto, como a do ministro Sarmento. Porque de sábios, não é novidade nenhuma, está o país a abarrotar, de norte a sul. Das juntas de freguesia aos ministérios, da superliga aos distritais de futebol, das associações patronais às comissões de trabalhadores, da função pública aos cientistas africanos nascidos no Alcoitão. Sendo assim, a não se completar a designação, ainda o Dr Catroga corre o risco de ser confundido com o professor Bambo, caso as referências que lhe sejam feitas não venham acompanhadas de uma fotografia tipo passe, suficientemente iluminada, de modo a que não possam identificá-lo como sendo o Dr Pedroso.
Comissão de sábios para a análises isenta e erudita das propostas para a privatização da Galp. O nome pode parecer longo mas não é. Cabe perfeitamente num cartão de visita, utilizando o tipo arial e corpo seis ou cinco. Mas enobrece, como um título nobiliárquico que o Sr D Duarte tivesse atribuído. Depois de ter sido coroado, naturalmente.
Mas Portugal supera-se a si próprio quando de trata de instituir e nomear comissões. Para tudo e com as mais imaginosas designações. Comissões instaladoras, desinstaladoras, ad-hoc, de fixação de remunerações, de inquérito, de gestão, de avaliação, liquidatárias, de trabalhadores, de redacção, de arbitragem. Algumas paróquias têm até, surpreendentemente, comissões fabriqueiras. Que, como no caso das restantes, se não sabe para que servem e muito menos o que fazem. Mas devem fabriqueirar qualquer coisa. Agora, não deixando os créditos atravessar a fronteira do Caia e ir parar a mãos impudicamente castelhanas, Portugal passou a dispor também de comissões de sábios.
Peca todavia a designação por ser demasiado generalista, como as televisões de sinal aberto, como a do ministro Sarmento. Porque de sábios, não é novidade nenhuma, está o país a abarrotar, de norte a sul. Das juntas de freguesia aos ministérios, da superliga aos distritais de futebol, das associações patronais às comissões de trabalhadores, da função pública aos cientistas africanos nascidos no Alcoitão. Sendo assim, a não se completar a designação, ainda o Dr Catroga corre o risco de ser confundido com o professor Bambo, caso as referências que lhe sejam feitas não venham acompanhadas de uma fotografia tipo passe, suficientemente iluminada, de modo a que não possam identificá-lo como sendo o Dr Pedroso.
Comissão de sábios para a análises isenta e erudita das propostas para a privatização da Galp. O nome pode parecer longo mas não é. Cabe perfeitamente num cartão de visita, utilizando o tipo arial e corpo seis ou cinco. Mas enobrece, como um título nobiliárquico que o Sr D Duarte tivesse atribuído. Depois de ter sido coroado, naturalmente.
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