Grécia – Espanha
Assim de repente, sem contar, fui esta tarde ver o Grécia - Espanha. Quanto ao Euro 2004 creio ter ficado vacinado. Não será vírus que voltará a afectar-me, nem mesmo de forma imprevista. Por diversas razões.
O futebol não tem hoje nada a ver com desporto. É um negócio que movimenta rios de dinheiro e que eu, honestamente, não vislumbro qual a riqueza que cria. Os espectadores, que pagam os ingressos a preço de ouro - quando o ouro tinha a tendência permanente de subir - são tratados como facínoras. As redondezas do estádio - o Bessa XXI - um dos famosos dez que construímos para isto, estavam repletas de polícias. Apeados, de moto, em carros de serviço, a cavalo, eu sei lá.
À entrada é-se mais vasculhado do que se fosse para a União Soviética, quando esta existia. É-se apalpado, não se pode transportar para o interior do recinto uma garrafa de água, em recipiente plástico, nem que seja de 25 centilitros. Quase nos ficam com a fotografia da namorada e nos confiscam os preservativos como se fossem armas de arremesso.
Depois, neste caso particular, o estádio. Pretensiosamente designado por Bessa XXI, assim um pouco à maneira do Papa João XXIII que Deus haja. Aquilo não é um estádio, é um monstruoso esquife de cimento armado com capacidade para dezenas de milhar de pessoas. No centro da cidade, circundado de prédios por todos os lados, sem qualquer preocupação de enquadramento urbanístico. Fica-me a certeza de que o projecto arquitectónico não é, de certeza, de Siza Vieira. Não lhe conheço, de facto, a paternidade de abortos idênticos.
No interior, repleto, são os espectadores que fazem a festa. Os gladiadores defrontam-se entre si, sob a ameaça de um senhor de apito na boca e vestindo fato diferente. Com a canícula de arrasar, correm a custo, pontapeiam-se de vez em quando, rebolam-se no chão para descansar um pouco e apanhar o fresco da relva. Uma grande vantagem em relação ao que vejo na televisão. Não se estão permanentemente a ouvir aqueles horrorosos comentadores, todos descendentes do Gabriel Alves, que sabem tudo de tudo. Sobre as opções erradas do treinador e sobre os maus passes dos futebolistas. Só isso de facto me deixa na dúvida se não será preferível enfrentar o ar ameaçador, tipo Exterminador Implacável, de pelo menos três companhias da polícia de choque. Ah! Quanto ao resultado não vale e pena dizer nada. Vamos todos andar a ouvir falar dele até que comece o próximo encontro. Amanhã, às cinco da tarde!
O futebol não tem hoje nada a ver com desporto. É um negócio que movimenta rios de dinheiro e que eu, honestamente, não vislumbro qual a riqueza que cria. Os espectadores, que pagam os ingressos a preço de ouro - quando o ouro tinha a tendência permanente de subir - são tratados como facínoras. As redondezas do estádio - o Bessa XXI - um dos famosos dez que construímos para isto, estavam repletas de polícias. Apeados, de moto, em carros de serviço, a cavalo, eu sei lá.
À entrada é-se mais vasculhado do que se fosse para a União Soviética, quando esta existia. É-se apalpado, não se pode transportar para o interior do recinto uma garrafa de água, em recipiente plástico, nem que seja de 25 centilitros. Quase nos ficam com a fotografia da namorada e nos confiscam os preservativos como se fossem armas de arremesso.
Depois, neste caso particular, o estádio. Pretensiosamente designado por Bessa XXI, assim um pouco à maneira do Papa João XXIII que Deus haja. Aquilo não é um estádio, é um monstruoso esquife de cimento armado com capacidade para dezenas de milhar de pessoas. No centro da cidade, circundado de prédios por todos os lados, sem qualquer preocupação de enquadramento urbanístico. Fica-me a certeza de que o projecto arquitectónico não é, de certeza, de Siza Vieira. Não lhe conheço, de facto, a paternidade de abortos idênticos.
No interior, repleto, são os espectadores que fazem a festa. Os gladiadores defrontam-se entre si, sob a ameaça de um senhor de apito na boca e vestindo fato diferente. Com a canícula de arrasar, correm a custo, pontapeiam-se de vez em quando, rebolam-se no chão para descansar um pouco e apanhar o fresco da relva. Uma grande vantagem em relação ao que vejo na televisão. Não se estão permanentemente a ouvir aqueles horrorosos comentadores, todos descendentes do Gabriel Alves, que sabem tudo de tudo. Sobre as opções erradas do treinador e sobre os maus passes dos futebolistas. Só isso de facto me deixa na dúvida se não será preferível enfrentar o ar ameaçador, tipo Exterminador Implacável, de pelo menos três companhias da polícia de choque. Ah! Quanto ao resultado não vale e pena dizer nada. Vamos todos andar a ouvir falar dele até que comece o próximo encontro. Amanhã, às cinco da tarde!
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