Porra! Enganaram-me outra vez…
Apesar da quase irresistível sedução das praias. Apesar da animação contínua que Matosinhos proporciona ao cidadão, das festas do Senhor de Matosinhos à lota. E da lota à Câmara Municipal e à maioria da vereação. Apesar mesmo da ressaca que sempre sobrou do dia anterior, soprando do Dragão, como vento leste que soprasse da Grécia. Depois de uns gregos autênticos, de nome, coração e bilhete de identidade, nos terem deixado mais gregos do que eles. Tanto que ainda agora ouço, sobre o Euro 2004, uma pretensiosa conferência de imprensa, em que alguns convencidos jornalistas carpem mágoas passadas e procuram obter de jogadores da bola a definitiva quadratura do círculo. Como se se masturbassem em público!
Apesar disso, procurei o meu velho e encarquilhado cartão de eleitor. Descobri o amarrotado bilhete de identidade em que apenas a fotografia me agrada mais do que o espelho. Passei pela junta de freguesia a saber onde funcionaria a mesa de voto e lá fui eu votar. Heróico e destemido, com bandeiras nacionais, murchas, penduradas das janelas, sem força para flutuarem a um vento mais fresco que viesse de norte. Hesitei, de esferográfica na mão e com o boletim de voto, imóvel, esperando por mim. Vou por Saramago ou não? Acabei por não ir e por decidir por mim. Não votei branco. Nem nulo.
Pensei na altura que tinha contribuído para eleger um patriota eurodeputado nacional. Ou para evitar a eleição de outro. Mantive a ideia, mesmo depois de encerradas as urnas e completado o escrutínio. Mas, mais uma vez, tinha sido enganado e comecei a compreendê-lo ainda durante a noite.
A reunião da comissão política do PSD, para analisar os resultados, tirou-me as últimas ilusões. O imprevisível e erudito Dr Santana Lopes veio dizer que os portugueses - entre eles eu, que me não abstive! - tinham manifestado o seu descontentamento face à situação social do país. E eu convencido que, apesar da miserável percentagem de participação do eleitorado, o que tinha havido eram eleições para o parlamento europeu. Só me ocorre reagir como a Catarina!
Apesar disso, procurei o meu velho e encarquilhado cartão de eleitor. Descobri o amarrotado bilhete de identidade em que apenas a fotografia me agrada mais do que o espelho. Passei pela junta de freguesia a saber onde funcionaria a mesa de voto e lá fui eu votar. Heróico e destemido, com bandeiras nacionais, murchas, penduradas das janelas, sem força para flutuarem a um vento mais fresco que viesse de norte. Hesitei, de esferográfica na mão e com o boletim de voto, imóvel, esperando por mim. Vou por Saramago ou não? Acabei por não ir e por decidir por mim. Não votei branco. Nem nulo.
Pensei na altura que tinha contribuído para eleger um patriota eurodeputado nacional. Ou para evitar a eleição de outro. Mantive a ideia, mesmo depois de encerradas as urnas e completado o escrutínio. Mas, mais uma vez, tinha sido enganado e comecei a compreendê-lo ainda durante a noite.
A reunião da comissão política do PSD, para analisar os resultados, tirou-me as últimas ilusões. O imprevisível e erudito Dr Santana Lopes veio dizer que os portugueses - entre eles eu, que me não abstive! - tinham manifestado o seu descontentamento face à situação social do país. E eu convencido que, apesar da miserável percentagem de participação do eleitorado, o que tinha havido eram eleições para o parlamento europeu. Só me ocorre reagir como a Catarina!
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