As viagens-fantasma dos deputados-concretos
Vale a pena ler hoje o Editorial de Manuel Carvalho. Apenas por uma razão: a de se poder constatar que, afinal, está tudo bem e o saque e a pouca vergonha flutuam ao vento como orgulhosas bandeiras do espírito de serviço público dos deputados que, como parvos, vamos tranquilamente continuando a eleger.
Alegando que esse facto é essencial à dignidade do cargo desempenhado a Assembleia da República entende que os deputados deverão ter direito a viagens de avião em classe executiva. Confortados com a circunstância de lhes ter sido acautelada a dignidade os deputados podem utilizar a classe turística e fazer-se acompanhar de quem entenderem, desde que isso não represente acréscimo de custos relativamente à classe executiva. Assim sendo poderão fazer-se acompanhar pela mulher, pelos filhos, pela namorada ou mesmo por qualquer Mónica Lewinski de reduzida dimensão ou concubina que possam ter a cargo.
A representação saírá obviamente reforçada. No estádio de Sevilha, por exemplo, duas pessoas hão-de gritar muito mais vezes e muito mais alto o nome do país. Mesmo que isso não garanta que alguém o venha a ouvir e, muito menos, a fixar. Mas a representação será numericamente representativa, muito mais bandeirinhas serão desfraldadas ao vento andaluz e o barulho será ensurdecedor.
Consta que na sua época o Zé do Telhado tirava aos ricos para dar aos pobres, coitados dos ricos! A evolução e o progresso levaram a isto: os assaltos não são perpetrados na escuridão fria e chuvosa das noites de Inverno. São-no em pleno Verão, quando o país anseia por ser representado nas Caraíbas e no golfo do México, em plena luz do dia e ao abrigo de leis e regulamentos que os novos Zés do Telhado redigem, propõem e aprovam. Que o presidente da República se lembre deles no próximo 10 de Junho e os condecore a todos. Como assaltantes!
Alegando que esse facto é essencial à dignidade do cargo desempenhado a Assembleia da República entende que os deputados deverão ter direito a viagens de avião em classe executiva. Confortados com a circunstância de lhes ter sido acautelada a dignidade os deputados podem utilizar a classe turística e fazer-se acompanhar de quem entenderem, desde que isso não represente acréscimo de custos relativamente à classe executiva. Assim sendo poderão fazer-se acompanhar pela mulher, pelos filhos, pela namorada ou mesmo por qualquer Mónica Lewinski de reduzida dimensão ou concubina que possam ter a cargo.
A representação saírá obviamente reforçada. No estádio de Sevilha, por exemplo, duas pessoas hão-de gritar muito mais vezes e muito mais alto o nome do país. Mesmo que isso não garanta que alguém o venha a ouvir e, muito menos, a fixar. Mas a representação será numericamente representativa, muito mais bandeirinhas serão desfraldadas ao vento andaluz e o barulho será ensurdecedor.
Consta que na sua época o Zé do Telhado tirava aos ricos para dar aos pobres, coitados dos ricos! A evolução e o progresso levaram a isto: os assaltos não são perpetrados na escuridão fria e chuvosa das noites de Inverno. São-no em pleno Verão, quando o país anseia por ser representado nas Caraíbas e no golfo do México, em plena luz do dia e ao abrigo de leis e regulamentos que os novos Zés do Telhado redigem, propõem e aprovam. Que o presidente da República se lembre deles no próximo 10 de Junho e os condecore a todos. Como assaltantes!
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