O mergulho
Portugal é um país ignorante e este deve ser um dos poucos atributos sobre o qual não subsistem dúvidas. E como é ignorante, erra com quotidiana frequência. Nos assuntos complexos, como nos mais elementares. Aliás, em boa verdade, nem é capaz de distinguir entre uns e outros.
O país não compreende a razão porque os candidatos a deputados são muitas vezes recrutados entre futebolistas aposentados ou porque motivos o engenheiro Sócrates - o actual, o que veste no Rosa e Teixeira - se dedica ao atletismo e faz a meia maratona competindo com a Rosa Mota. Muito menos compreende a relevância que tem a condição de pugilista para o exercício do cargo de ministro ou até que ponto a aptidão para o mergulho submarino poder constituir assunto de Estado e auxiliar na cooperação. O país desconhece a elegância do discurso do deputado Silva de Águeda apenas porque ele se mantém calado durante toda a legislatura, mas os seus pares louvam-lhe o desprendimento com que, à sua custa e sem recurso ao orçamento do Estado, os presenteia pelo Natal com garrafas de bons vinhos, com rótulos personalizados.
Sendo ignorante, não admira queo país se comporte como ingrato. Experimente o Sr. Castelo Branco, conhecido e competente marchand de arte das praças de Nova Iorque e da Reboleira, oferecer a um miserável sem-abrigo que se acolha durante a noite sob as arcadas do Terreiro do Paço, uma cara peça de alta joalharia, desenhada por uma lady de bom gosto, na mais pura platina. E verá como lhe será reconhecida a intenção e agradecido o gesto. Certamente que o sem-abrigo lhe fará ver que para se alimentar prefere uma sopa e que pechisbeque não rende nada e nem sequer o oferece a ninguém.
Não admira, portanto, que o ignorante cidadão comum, como eu, não seja capaz de aferir ou até de compreender a importância de um sábado de descanso, numa estância turística de luxo - que me perdoe a D. Judite de Sousa - para os complexos e muitas vezes estranhos negócios da cooperação. Assim sendo nunca compreenderá como é necessário fretar um avião para transportar alguns equipamentos obsoletos e, por razões de custódia, incumbir da sua entrega um Ministro de Estado em pessoa.
Como pode um tal povo bárbaro entender o contributo que para a cooperação podem significar os equipamentos obsoletos, o fato de mergulho, as barbatanas, uma garrafa de ar comprimido e uma simples arma de caça submarina?
O país não compreende a razão porque os candidatos a deputados são muitas vezes recrutados entre futebolistas aposentados ou porque motivos o engenheiro Sócrates - o actual, o que veste no Rosa e Teixeira - se dedica ao atletismo e faz a meia maratona competindo com a Rosa Mota. Muito menos compreende a relevância que tem a condição de pugilista para o exercício do cargo de ministro ou até que ponto a aptidão para o mergulho submarino poder constituir assunto de Estado e auxiliar na cooperação. O país desconhece a elegância do discurso do deputado Silva de Águeda apenas porque ele se mantém calado durante toda a legislatura, mas os seus pares louvam-lhe o desprendimento com que, à sua custa e sem recurso ao orçamento do Estado, os presenteia pelo Natal com garrafas de bons vinhos, com rótulos personalizados.
Sendo ignorante, não admira queo país se comporte como ingrato. Experimente o Sr. Castelo Branco, conhecido e competente marchand de arte das praças de Nova Iorque e da Reboleira, oferecer a um miserável sem-abrigo que se acolha durante a noite sob as arcadas do Terreiro do Paço, uma cara peça de alta joalharia, desenhada por uma lady de bom gosto, na mais pura platina. E verá como lhe será reconhecida a intenção e agradecido o gesto. Certamente que o sem-abrigo lhe fará ver que para se alimentar prefere uma sopa e que pechisbeque não rende nada e nem sequer o oferece a ninguém.
Não admira, portanto, que o ignorante cidadão comum, como eu, não seja capaz de aferir ou até de compreender a importância de um sábado de descanso, numa estância turística de luxo - que me perdoe a D. Judite de Sousa - para os complexos e muitas vezes estranhos negócios da cooperação. Assim sendo nunca compreenderá como é necessário fretar um avião para transportar alguns equipamentos obsoletos e, por razões de custódia, incumbir da sua entrega um Ministro de Estado em pessoa.
Como pode um tal povo bárbaro entender o contributo que para a cooperação podem significar os equipamentos obsoletos, o fato de mergulho, as barbatanas, uma garrafa de ar comprimido e uma simples arma de caça submarina?
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