Vício de fumar
Nunca fiz campanha contra o tabaco e não vou fazê-la agora. Nunca pedi a ninguém, nas proximidades, que apagasse o cigarro porque o fumo me incomodava e não vou fazê-lo agora. Mas sou contra o uso do tabaco e contra a monstruosa hipocrisia que envolve o respectivo negócio. Mais importante do que isso, sou livre e conscientemente solidário com quem se manifesta contra o tabaco e os seus malefícios e apoio com a melhor e a mais forte das minhas forças a simples intenção de abandonar o tabaco e o vício do fumo. Por isso este apontamento é um encorajamento ao detentor do alvará da tasca e uma palmada nas costas, de apoio ao selvagem que gere o serviço da copa e do balcão.
Fumador recorrente e compulsivo, recordo hoje o dia 2 de Março de 1993 como uma data mítica, mais importante do que aquela em que Diogo Cão enterrou um padrão nas costas de África, mais determinante do que a batalha de S. Mamade. Na manhã desse dia já distante de quase 12 anos fumei dois cigarros que, do dia anterior, me tinham sobrado num maço aberto. Até hoje, foram os últimos!
Antes disso fizera uma primeira tentativa de três meses e recaíra, convencido de que dominava a situação. A segunda tentativa teve mais amplo sucesso, durou alguns seis anos, já não permitia recaídas involuntárias.
Com a habitual simpatia a agricultura de subsistência da lavra regista o reencaminhamento directo para este nem sequer baixinho promontório numa secção a que chama África antes: com licença dele, está errado, quanto à África que é antes, durante e depois. É África sempre! Dor que tive, sequela que me ficou, perda que carpi foi apenas o de ter recaído naquele sacana de LM, da Fábrica Velosa, importado das costas do Índico, passados seis anos de abstinência. Curei-me! Da dor, da sequela, do carpido e do LM. De África, felizmente, não.
Deixei de fumar assim. Quase sessenta cigarros no dia 1 de Março de 1993, apenas dois na manhã do dia 2, nenhum no dia 3. Nenhum ontem, nenhum hoje! Sem assistência médica, sem acompanhamento psicológico, sem me entusiasmar com os triunfos do Sporting e sem ceder ao exorbitante preço que me cobravam os dentistas para as primeiras próteses fixas. Nessa primeira manhã um colega e um amigo, à sorrelfa, escondeu dentro de armários previdentemente fechados a sete chaves todos os cinzeiros que se espalhavam pelos tampos das secretárias. Pedi que tudo fosse reposto como estava porque quem tinha decidido deixar de fumar tinha sido eu e o problema, se o houvesse, era também apenas meu.
Assim se passaram quase 12 anos. O exemplo não é, felizmente, único e a fórmula, não sendo original, é eficaz e, provavelmente, a mais racional. Tudo passa pela vontade e pela determinação do fumador. Não é remirando as inscrições nos maços de cigarros a dizer que o tabaco mata e a omitir o peso dos impostos incluídos no preço que a gente lá vai. A Tabaqueira vai distribuindo dividendos à custa da nossa saúde, o Estado vai reduzindo o défice do orçamento à força de compulsivamente nos amortalhar antes de tempo.
Fumador recorrente e compulsivo, recordo hoje o dia 2 de Março de 1993 como uma data mítica, mais importante do que aquela em que Diogo Cão enterrou um padrão nas costas de África, mais determinante do que a batalha de S. Mamade. Na manhã desse dia já distante de quase 12 anos fumei dois cigarros que, do dia anterior, me tinham sobrado num maço aberto. Até hoje, foram os últimos!
Antes disso fizera uma primeira tentativa de três meses e recaíra, convencido de que dominava a situação. A segunda tentativa teve mais amplo sucesso, durou alguns seis anos, já não permitia recaídas involuntárias.
Com a habitual simpatia a agricultura de subsistência da lavra regista o reencaminhamento directo para este nem sequer baixinho promontório numa secção a que chama África antes: com licença dele, está errado, quanto à África que é antes, durante e depois. É África sempre! Dor que tive, sequela que me ficou, perda que carpi foi apenas o de ter recaído naquele sacana de LM, da Fábrica Velosa, importado das costas do Índico, passados seis anos de abstinência. Curei-me! Da dor, da sequela, do carpido e do LM. De África, felizmente, não.
Deixei de fumar assim. Quase sessenta cigarros no dia 1 de Março de 1993, apenas dois na manhã do dia 2, nenhum no dia 3. Nenhum ontem, nenhum hoje! Sem assistência médica, sem acompanhamento psicológico, sem me entusiasmar com os triunfos do Sporting e sem ceder ao exorbitante preço que me cobravam os dentistas para as primeiras próteses fixas. Nessa primeira manhã um colega e um amigo, à sorrelfa, escondeu dentro de armários previdentemente fechados a sete chaves todos os cinzeiros que se espalhavam pelos tampos das secretárias. Pedi que tudo fosse reposto como estava porque quem tinha decidido deixar de fumar tinha sido eu e o problema, se o houvesse, era também apenas meu.
Assim se passaram quase 12 anos. O exemplo não é, felizmente, único e a fórmula, não sendo original, é eficaz e, provavelmente, a mais racional. Tudo passa pela vontade e pela determinação do fumador. Não é remirando as inscrições nos maços de cigarros a dizer que o tabaco mata e a omitir o peso dos impostos incluídos no preço que a gente lá vai. A Tabaqueira vai distribuindo dividendos à custa da nossa saúde, o Estado vai reduzindo o défice do orçamento à força de compulsivamente nos amortalhar antes de tempo.
3 Comentários:
Eu fumo, não quero fumar , sei que não devo fumar mas até agora não consegui deixar de fumar. Acho que cada caso é um caso, admiro quem depois de fumar durante anos consegue deixar de um dia para o outro, ouvir testemunhos assim até dão força mas há a dependência física, ela existe mesmo, claro que é superável mas é tramado.
amnésia
Sei isso tudo...mas continuarei a fumar!
Não é atitude inteligente, mas que se há-de fazer?
Nem senti... que deixava de fumar! Se de outras tentativas para deixar de fumar, de noite sonhava e «sentia» o fumo do tabaco... 17 de Abril de 1997, aos 39 anos, após um enfarte do miocárdio a que o tabaco não é alheio, ficará como o último dia em que fumei.
Sem dramas, sem sacrifícios, consciente que o caminho teria que ser outro, assumindo o risco e as consequências que haviam desabado sobre mim, não passando a odiar quem fuma mas onvictamente conselheiro de todos os amigos a deixarem de fumar... se assim o entenderem!
Nada supera a nossa vontade, se assim o quisermos.
E, efectivamente, não adianta esconder o que quer que seja... os nossos sentidos têm que estar alerta e, em vez de poupados, devem ser postos á prova!
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