4 de agosto de 2005

O governo do safari

Bem, eu, céptico, me confesso. Eu não acreditei neste governo quando ele aumentou o Iva para 21 por cento. Nem quando, com o acordo do não governo, definiu o cargo de director geral como sendo de confiança política. Tão pouco quando propagou ter conseguido uma importante vitória com a limitação de mandatos que eu, ignorante e ingénuo, ainda não percebi. Tão pouco acreditei nele quando exemplarmente nomeou Fernando Gomes para a Galp invocando a experiência de ter convivido com candeeiros de petróleo em casa dos avós. Descrente, nem sequer acreditei na enorme poupança que se conseguirá com os projectos do TGV e do aeroporto faraónico da OTA. Sem contar, ainda, com a que decorre da demissão providencial do ex-ministro Campos e Cunha e da economia do seu magro ordenado. Mantive a descrença mesmo quando Armando Vara, homem-orquestra e benfiquista, foi nomeado administrador da CGD com poderia ter voltado a ser ministro, a criar fundações para a prevenção e segurança rodoviária e a dar descaminho a dinheiros ditos públicos, inteligentemente aplicados na compra de fortes, mansões na Boca da Inferno e submarinos desde que não sejam de cor amarela.

Mas agora, que o país todo arde de norte a sul. Agora que sacrificados bombeiros, por mera solidariedade de que apenas os pobres são capazes, não bebem, não comem, não dormem e correm atrás do fogo armados de vassouras. Agora que um exultante energúmeno proclama na televisão o sacrifício que será o primeiro-ministro acordar às cinco da matina para ver um macaco pendurado pelo rabo num ramo de imbondeiro. Agora sim, agora rendo-me à evidência deste governo do safari: estamos fodidos!

1 Comentários:

Às 8:10 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Leituras de Verão.
“DO EMBUSTE DA OTA AO CRIME DA OTA”
DN/Negócios (1Ago), Arménio Matias (Presidente da Adfer)
(...)
“Da comparação das quatro opções consideradas, conclui-se”:
a) Da análise global de um conjunto de aspectos objectivos, a melhor opção é Montijo B e a pior a Ota;
b) No aspecto operacional a melhor opção é o Rio Frio a e a pior a Ota;
c) Na perspectiva da engenharia a melhor é Montijo B e a pior a Ota;
d) No aspecto ambiental a melhor é Rio Frio e a pior Montijo A;
e) Na perspectiva da acessibilidade a melhor é o Montijo A e B e a pior Rio Frio *;
f) No aspecto do esforço financeiro nas infra-estruturas e da própria TAP a melhor é Montijo B e a pior a Ota;
g) Na perspectiva da operação simultânea com a Portela e dos investimentos inerentes a melhor solução é o Montijo B e a pior a Ota.
(...)
Estas conclusões da ANA de 1944 são esmagadoras para a decisão do governo, em 1988, que, com base no risco de colisão com aves, conduziu à precipitada escolha da Ota.
(...)

PS: No tempo em que os animais falavam e havia em Portugal planeamento estratégico/planos de fomento, concluiu-se que o NAL iria ser em Rio Frio (Década de sessenta, século XX).
* Presumo que não contando ainda com a ponte Vasco da Gama.
Comentários para quê? O Independente de sexta 5Ago ajuda a entender a fixação do senhor que anda a fazer de ministro das OP.
A haver alguém para por ordem nisto, teria de ser o PR do meu País. Será?
Conto com a compreensão do autor e do DN. Trata-se apenas do «interesse nacional».

 

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