O Guiness
O país surpreendente foi ontem interrompido por uma questão de inigualável relevância, com alinhamento nos noticiários e convocação de conferências de imprensa. Noticiaram-no os orgãos de informação e reclamou-o o presidente: o Benfica passou a ser o maior clube do mundo, conforme certificado arquivado na Torre do Tombo e fotocópias afixadas nos locais públicos do costume, incluindo os balneários do estádio e as portarias das repartições de finanças. O exagero desculpa-se aos portadores de carteira profissional emitida pelo sindicato dos jornalistas, para quem a língua portuguesa é uma coisa que nem a Lili Caneças usa - o que aliás é verdadeiro! - e Fernando Pessa um velho e inútil antepassado de um cantoneiro do instituto de estradas que nunca ouviu falar no processo do apito dourado.
Bem vistas as coisas tão pouco será de o apontar como exagero ao presidente da colectividade, bem mais próximo da mecânica dos fluidos do que das regras da linguística. E, como quero acreditar, a semântica não é propriamente uma concorrente qualificada e credível da vulcanização. Mas que coisa heroica de facto aconteceu para que o país parasse ainda mais e o engenheiro Sócrates tivesse adiado o seu congresso para a hora a que abrem as discotecas? O Benfica foi reconhecido como o maior latifundiário do Alentejo abandonado? Ultrapassou fronteiras e demarcou metade da floresta amazónica para a cultura da banana e a caça das borboletas? Alcançou o décimo milionésimo título da sua história e foi agraciado pelo doutor Cavaco e pelo fantasma do professor de Santa Comba? Viu os seus lucros a crescer mais rapidamente do que a crise económica, à semelhança da EDP, da PT e da Brisa? Conseguiu completar três meses ininterruptos sem ver a sua baliza violada e sem que o senhor Simão Sabrosa tivesse mudado de penteado? Extinguiu os paraísos fiscais, reconheceu a independência da Madeira e fez coroar como imperador o australopitecídeo Alberto João?
Não, nada disso! Muito mais do que isso, conseguiu arrolar mais sócios do que o clube do engenheiro Sócrates e menos do que a igreja do bispo Macedo. E, mesmo assim, é aquele que nos desgoverna as finanças domésticas e este que nos saca o dízimo. Mais do que gerir a recauchutagem o senhor presidente do Benfica tem, obviamente, direito a governar o país!
Bem vistas as coisas tão pouco será de o apontar como exagero ao presidente da colectividade, bem mais próximo da mecânica dos fluidos do que das regras da linguística. E, como quero acreditar, a semântica não é propriamente uma concorrente qualificada e credível da vulcanização. Mas que coisa heroica de facto aconteceu para que o país parasse ainda mais e o engenheiro Sócrates tivesse adiado o seu congresso para a hora a que abrem as discotecas? O Benfica foi reconhecido como o maior latifundiário do Alentejo abandonado? Ultrapassou fronteiras e demarcou metade da floresta amazónica para a cultura da banana e a caça das borboletas? Alcançou o décimo milionésimo título da sua história e foi agraciado pelo doutor Cavaco e pelo fantasma do professor de Santa Comba? Viu os seus lucros a crescer mais rapidamente do que a crise económica, à semelhança da EDP, da PT e da Brisa? Conseguiu completar três meses ininterruptos sem ver a sua baliza violada e sem que o senhor Simão Sabrosa tivesse mudado de penteado? Extinguiu os paraísos fiscais, reconheceu a independência da Madeira e fez coroar como imperador o australopitecídeo Alberto João?
Não, nada disso! Muito mais do que isso, conseguiu arrolar mais sócios do que o clube do engenheiro Sócrates e menos do que a igreja do bispo Macedo. E, mesmo assim, é aquele que nos desgoverna as finanças domésticas e este que nos saca o dízimo. Mais do que gerir a recauchutagem o senhor presidente do Benfica tem, obviamente, direito a governar o país!
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