O Homem
Finalmente hoje despojei-me da minha muita timidez, aliviei-me de algum contido recato e venho aqui, com a arrogância que se impõe, afirmar o meu incomensurável orgulho de ser homem. Por pior que as mulheres possam pensar, o homem é um ser superior. Mesmo quando à frente delas se reduz à figura grotesta de um símio, nu e de peúgas calçadas, tiritando ao frio do inverno e com toda a envergonhada virilidade escondendo-se sob o peitoril de um ventre melhor sucedido do que as finanças domésticas.
Alguma mulher, até hoje, ergueu a espada de D. Afonso Henriques ou sequer discutiu o seu peso? Alguma envergou uma armadura em ferro maciço, mesmo que debruada a lantejoulas e desenhada pela Fátima Lopes com o financiamento do Banif? Alguma mulher teve até hoje as namoradas que já teve Santana Lopes, a quem ainda sobrou tempo para desenvolver tácticas sobre o futebol, chefiar vereações e ser menino-guerreiro, pelejando pelas madrugadas fora nas mais recônditas alcofas? E mesmo assim ter percepções? Nem a Martina Lavratilova!
O homem é um ser superior, sem nenhuma dúvida. Basta ler Vasco Pulido Valente, engolir as crónicas de Eduardo Prado Coelho e acompanhar os blogues Abrupto e Causa Nossa. Já viram alguma mulher, mesmo rural, com uma barba parecida com a do José Pacheco Pereira? Já encontraram alguma professora universitária com a mesma habilidade que tem para a fotografia o professor Vital Moreira, sendo simultaneamente amigo do Dr Mário Soares e apoiante do governo? Registam os anais da história os feitos heroicos de algum general que, sendo do sexo fraco, ao menos usasse o apelido Bonaparte?
Mesmo a padeira Brites de Almeida não sabia manusear uma lança, apenas uma pá de enfornar pão com chouriço. Enganou-se na massa e enfornou uma dúzia de castelhanos, e mesmo assim com o chouriço de fora. Nem sequer os degolou, quanto mais comê-los, mesmo depois de saídos do forno, bem cozidos e de côdea estaladiça. Os homens sabem de tudo e muitos até sabem tudo! Quem mais sabe sobre o aborto - conhecido por interrupção voluntária da gravidez na escarpa dos Guindais e na Pedreira dos Húngaros - é o senhor cardeal pratiarca de Lisboa, a quem peço a benção, logo seguido pelo Dr Eduardo Prado Coelho. Do primeiro nem sequer reza o currículo que tenha feito muitos filhos e do segundo já não sei porque não frequento as festas da música no Centro Cultural de Belém.
Digam-me que mulher sabe alguma coisa sobre o aborto ou sobre a forma como se fazem filhos, usando preservativo e acautelando a disseminação do HIV? A Clara Ferreira Alves? Não brinquem comigo, leiam o Dr Prado Coelho. Sobre filhos sabe ele, quase tanto como sabe sobre os méritos do governo, a ignorância cultural do Dr Rio e a lingerie da senhora ministra da cultura!
Alguma mulher, até hoje, ergueu a espada de D. Afonso Henriques ou sequer discutiu o seu peso? Alguma envergou uma armadura em ferro maciço, mesmo que debruada a lantejoulas e desenhada pela Fátima Lopes com o financiamento do Banif? Alguma mulher teve até hoje as namoradas que já teve Santana Lopes, a quem ainda sobrou tempo para desenvolver tácticas sobre o futebol, chefiar vereações e ser menino-guerreiro, pelejando pelas madrugadas fora nas mais recônditas alcofas? E mesmo assim ter percepções? Nem a Martina Lavratilova!
O homem é um ser superior, sem nenhuma dúvida. Basta ler Vasco Pulido Valente, engolir as crónicas de Eduardo Prado Coelho e acompanhar os blogues Abrupto e Causa Nossa. Já viram alguma mulher, mesmo rural, com uma barba parecida com a do José Pacheco Pereira? Já encontraram alguma professora universitária com a mesma habilidade que tem para a fotografia o professor Vital Moreira, sendo simultaneamente amigo do Dr Mário Soares e apoiante do governo? Registam os anais da história os feitos heroicos de algum general que, sendo do sexo fraco, ao menos usasse o apelido Bonaparte?
Mesmo a padeira Brites de Almeida não sabia manusear uma lança, apenas uma pá de enfornar pão com chouriço. Enganou-se na massa e enfornou uma dúzia de castelhanos, e mesmo assim com o chouriço de fora. Nem sequer os degolou, quanto mais comê-los, mesmo depois de saídos do forno, bem cozidos e de côdea estaladiça. Os homens sabem de tudo e muitos até sabem tudo! Quem mais sabe sobre o aborto - conhecido por interrupção voluntária da gravidez na escarpa dos Guindais e na Pedreira dos Húngaros - é o senhor cardeal pratiarca de Lisboa, a quem peço a benção, logo seguido pelo Dr Eduardo Prado Coelho. Do primeiro nem sequer reza o currículo que tenha feito muitos filhos e do segundo já não sei porque não frequento as festas da música no Centro Cultural de Belém.
Digam-me que mulher sabe alguma coisa sobre o aborto ou sobre a forma como se fazem filhos, usando preservativo e acautelando a disseminação do HIV? A Clara Ferreira Alves? Não brinquem comigo, leiam o Dr Prado Coelho. Sobre filhos sabe ele, quase tanto como sabe sobre os méritos do governo, a ignorância cultural do Dr Rio e a lingerie da senhora ministra da cultura!
8 Comentários:
Se as mulheres são assim tão inofensivas porquê mostrar contra elas tanta raiva contida?
O estilo é giro, o conteúdo é que me deixa perplexa...
Comme d'habitude! Não me sinto minimamente ofendida ...os homens é que ficam mal neste retrato. Diria até que foi um lado "feminino" (e claro, é um cumprimento sincero) a desenvolver o tema. Abç
Obrigado Bettips. O espírito e a intenção foram esses. A tua comunhão me satisfaz porque, afinal, me confirma ter eu chegado a algum lugar. De resto, rídiculo é que os homens monopolizem tudo, a começar pelos lugares de deputados e a acabar nas dores do parto. Como parturientes, ainda por cima!Um beijo!
Não digo que haja uma raiva contida em relação às mulheres, mas afinal qual o objectivo este escrito? Um mero exercicio de combinação de palavras? Dos quais se ririam se as vissem os Srs. V.Pulido Valente e Eduardo Coelho?
Nem o estilo nem o conteúdo se adaptam a uma questão tão dolorosa como o aborto!E é pena, porque se fosse tentado um estilo menos retórico, certamente sairia algo bem melhor!Porque as mulheres hoje e cada vez mais desempenham papeis que já nada tem a ver com a força bruta muscular e, felizmente, há homens que assumem frontalmente a defesa do aborto de forma não jocosa e muito pouco feminina.
Eu também não me sinto minimamente ofendida com as diatribes do Sr LVF,mas tão só entristecida com uma forma à la Pulido de Valente de abordar todos os assuntos.É pena, muita pena,mas os blogs também servem para curar frustrações e mutuas adulaçoes( não só os Abrupto e Causa Nossa). Lado Feminino? De quem?Santo Deus,e invoco o seu nome em vão,se este artigo tem o que quer que seja de sensibilidade feminina. E ainda bem. A verdade é que nem todos conseguem chegar a certas alturas de escrita e é pena, muita pena.
Chega-se sempre a algum lugar, mesmo que seja sempre ao mesmo lugar.
LIberte-se do srs Vasco e Eduardo, porque outros exemplos mais dignos tem neste momento para invocar em prole de despenalização do aborto.
Boa noite, Sr.Escrivinhador!
Meu caro LVF
Pedindo desculpa pelo atrazo, deixe-me tentar protegê-lo das sanha destas valquírias...
Onde viram elas a "raiva contida"?
Será que apenas o meu "lado masculino" me permitiu intuir o que, brilhantemente como quase sempre (na minha modestíssima opinião), o LVF quis transmitir?
Será que afinal haverá uma escrita de homens para homens e outra de mulheres para mulheres?
Será que os nossos mundos serão assim tão desfasados?
Ao ler o que mulheres brilhantes como a Helena (dos Coriscos), a Cão Rafeiro (do Armadilhas...) ou a Fernanda (do Glória Fácil), apenas para não ocupar muito espaço, escrevem sou tentado a crer que não.
Então que se passa, minhas senhoras?
AM
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