A volta a Portugal
Parece
que António José Seguro, um rapaz que já fez 50 anos embore continue a exibir
uma mentalidade de 10, iniciou ontem, em Braga, aquilo a que ele próprio chamou
uma volta a Portugal. Sem todavia especificar se era a pé, em bicicleta ou em
automóvel. E sem dizer se a mesma tinha a benção do senhor arcebispo da cidade,
de momento muito ocupado a seguir na televisão, em direto e a cores, a eleição
de mais um sucessor de Pedro, a usar sapatos vermelhos em vez de sandálias.
Seguro
julga-se um predestinado enviado por qualquer personagem de um filme de
Spielberg e por António Guterres, para nos salvar da mediocridade, da
ignorância e da miséria a que uma obtusa classe política, à imagem da que reina
na Madeira, nos tem patriótica e peregrinamente conduzido. De facto ninguém
mais indicado e mais qualificado do que ele, para nos representar, de
preferência e por vocação sozinho, com os elementos da sua quadrilha à volta.
Sem que nos assaltem veleidades de invocar qualquer tipo de participação, que
não seja fazer uma cruz num bocado de papel que tivemos de pagar bem caro e
antecipadamente. Quando o inquilino de Belém decidir interromper os seus árduos
trabalhos de resolução da crise, para uma bucha e a convocação de eleições.
Para
uma partida de sueca ao ar livre, sem parceiros suficientes, com as regras
viciadas e as cartas marcadas, parece que Seguro atirou ao ar, como se fosse um
foguete sem cana, a ideia patriótica e peregrina de uma união de esquerda, seja
lá isso aquilo que for, para as eleições autárquicas. Porque mesmo
reclamando-se de esquerda, se ele, se Sócrates e se Guterres – com compreensão
pelos momentos solenes em que assiste à missa e toma a comunhão – são esquerda
eu, que não sou capaz de pegar um saco de compras com a mão esquerda ou dar um
pontapé numa lata abandonada no passeio, sou canhoto de pés e mãos e,
seguramente, do resto do corpo.
Ao
que parece propunha desde logo o apoio para os candidatos que já tem
selecionados, entre correlegionários, amigos e afilhados. Deixando para as
calendas a complicada questão da Câmara ou de Câmara que tanto tem preocupado
Belém, mantendo as luzes acesas até alta madrugada e feito disparar a factura
da EDP, para benefício do senhor Mexia e do seu patrão chinês. Quando a questão
começa aí: Menezes não pode ser candidato em mais nenhum lado e aquele
dirigente do Benfica que mora em Sintra também não. Como não pode nenhum outro,
em nenhum lado. E vamos lá clarificar as coisas: seja membro de ou da Junta de
Freguesia, de ou da Câmara municipal. Porque pura e simplesmente não há
eleições nem para presidentes de ou da junta nem para presidente de ou da
Câmara!
1 Comentários:
O quanto me desiludiu este líder. Ele não é mais do que a mesma edição do Passos Coelho apenas com um rótulo diferente mas o mesmo conteúdo.
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