2 de setembro de 2014

Amor te tenho, a morte tenho

Amor te tenho esculpido no cume ereto dos teus seios, o Pico escalado palmo a palmo, um vulcão atlântico cuspindo fogo e cinzas, a morte tenho crepitando no mais íntimo dos infernos, troncos de plátanos seculares, Marquês de Pombal, os Távoras executados no patíbulo, chão coberto de sal, envenenando o dia e as descobertas. Mesmo assim regenerando-se a ver crescer couves galegas e ricardos, nem leão nem coração, o caldo verde salgado, só a presunção de inocência apregoada à porta de todos os tribunais reformados pelo ministério, sem pensão nem subsídios. O meu amor nos contentores, a cantiga fora de tom, ó zeca é preciso avisar a malta.



Não me detenho e não me encontro, subo pelas paredes à procura do lugar certo para pregar a vida e o governo, a faca nos dentes, uma nevralgia nos ossos, um quisto adormecido a meio da coluna vertebral. Julgas-te fino a arremessar palavras como se fossem restos de telhas de Marselha, quando todas as cerâmicas já foram encerradas e do barro vermelho só ficou o burro do tijolo, arrumado a um canto imprestável e arqueológico da história, Mértola ou Conimbriga, tanto faz ó descendentes de Nero, fieis seguidores de Alá, faixa de Gaza, a liberdade para a Palestina.

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