Vou por aí como sempre
Vou por aí como sempre,
isolado e só, arrastando os pés pela beira de nenhum caminho, sob a sombra
protectora de nenhuma árvore. Não procuro nenhum horizonte, não persigo nenhum
destino. Sem pessoas, amigos ou afectos em volta, um céu carregado de nuvens
escuras de mentira e de hipocrisia, atolando-me no lodo da perversidade.
Sempre estive disponível
quando o julguei útil, acabei sendo usado sem nenhum pudor e descartado como
tudo o que se usa uma vez, quando é preciso, e se deita fora, para o cesto do
lixo e do desprezo ostensivo. De facto não se deve esperar a regeneração de
quem não presta nem a amizade de quem se move por interesses inconfessáveis.
Fica o deserto e a
consciência da ingenuidade com que acredito na falsidade de um sorriso e no
garrote de um abraço. Que, mesmo tarde, possam servir para memória futura!
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