Minha Mãe, no dia dos teus anos
É o teu silencioso sorriso
que de manhã atravessa a rua e me inunda o sono inquieto e breve. E de repente ergue-se
um sol macio a cheirar a mosto e a dourar a parra que ainda pende das vinhas.
Cento e dez é um número redondo e certo como se estivesse suspenso na portada
onde começa a longa escada. Chega-me o latido esganiçado de um cachorro rafeiro
que abre o caminho entre o orvalho da erva e o canto matinal dos pássaros
alçando do ninho. Abre-se-te o sorriso branco dos cabelos e o vinco solene das
rugas que te escorrem da face eterna. Não precisamos de mais nada!
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