18 de outubro de 2020

No teu 109º aniversário


Repassar fotografias é afagar o futuro que tivemos em dias passados e que temos hoje. Cada uma delas é uma história e um caminho longe e perto. Há sempre uma data, um local, um ambiente morno derramando-se sobre a mesa. Um prato, um copo, uma companhia, um sorriso espontâneo e feliz. E pessoas, pessoas de hoje e de todos os dias. Expostas, recolhidas em casa, ocupadas numa discreta rotina quotidiana. Descendo para o centro da aldeia, procurando a cidade, desbravando a vida na azáfama da viagem até ao fim do mundo. Porque o fim do mundo é onde nós paramos para descansar, onde alijamos a mochila e montamos a tenda. Onde nos apercebemos da verdadeira dimensão do mundo e onde a tenda cria raízes, tijolo sobre tijolo, a argamassa dos dias contínuos, as madrugadas secas e frias, a construção definitiva. A caminho do paraíso, aquele mesmo paraíso do imbondeiro estendendo os braços largos do sonho, que se alaga e alarga como um rio, num delta único, navegável à flor da pele. O delta natural e livre que enche o horizonte do canto dos pássaros e das flores dos nenúfares.



Hoje queria – queríamos todos – levar-te uma simples rosa de porcelana, envolta numa qualquer verdura que lhe desse a cor da esperança. E sim, a gulodice de puderes sentir a felicidade do dia e de erguer uma taça para o celebrar connosco. Parabéns, minha Mãe!

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