Todos!
Portugal tem um parlamento
onde se sentam duzentos e trinta deputados. Que uma vez eleitos - dizem-no os
cérebros iluminados da ciência política - deixam de pertencer às freguesias e
aos bandos de que provêm, passando a ser “deputados da Nação”. O que quer dizer
que passam a ser deputados que acima dos seus interesses pessoais colocam os
interesses colectivos, os interesses que se identificam com o todo nacional.
Quer isto ainda mais dizer
que o interesse nacional os obriga a fazerem convergir as suas ideias e os seus
projectos, os obriga a entenderem-se na prossecução do bem comum. E tal não se
faz pela rejeição de quanto não seja nosso mas, mais do que isso, em conseguir
soluções próprias que integrem ideias diversas, venham de onde vierem e quando
vierem.
Os duzentos e trinta
deputados da Nação não foram capazes de construir um orçamento aceitável para o
ano de 2022 que persiga o bem comum. Limitaram-se a considerar péssima uma
proposta do governo e este a rechaçar como péssimas as ideias alheias, viessem
de onde viessem, quando as houve e se as houve. E assobiaram todos para o lado,
à espera de virem a ser reconduzidos em eleições intercalares para continuarem a
arrecadar os proventos e as mordomias do lugar.
De modo que, enjoado com a latrina e com o mau cheiro, daqui, de onde houve nome Portugal, da maneira diferente como se fala aquém Douro, quero apenas dizer-vos alto e bom som: não serei eu a eleger nenhum de vós. Ide-vos foder. Todos! Os duzentos e trinta!
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