Trinta mil pés
Hoje, já com uma manhã de Fevereiro transbordando de sol, a imensa tranquilidade do rio à tua espera, com o regaço farto do amarelo recente das mimosas, enquanto a brisa se aquieta para proteger a dispersão do pólen e a árdua tarefa dos insectos polinizadores. De regresso vens planando por cima de um tecto alto de cirrus esfarrapados, suspensos a mais de trinta mil pés, quase pendurados no sol, exibindo os braços abertos e um sorriso largo. O dia sereno, com o Inverno alto, trazendo os primeiros rebentos aos ramos nus das cerejeiras onde se abrem as primeiras flores brancas anunciando a Primavera próxima. E lá em baixo o mar grande, azul e esférico, sem marés e sem calemas, espreitando o infinito para além das nuvens, acima dos trinta mil pés e da velocidade de não sei quantos nós. Um horizonte sem prazo abrindo-se à chegada.
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