27 de dezembro de 2003

Galeria: o futuro presidente da república das bananas

Presidente da República das BananasUma imagem vale mais do que mil palavras, costuma dizer o povo, especialmente o analfabeto que não sabe ler as legendas dos filmes do governador da Califórnia ou do Astérix. Isso não quer dizer que, para lá das imagens, não fiquem histórias dignas de ser contadas. Porque as há sempre.

O Dr A. João surge nesta imagem, obtida em plena zona de operações, como um imperador já coroado - não aquele que o Dr Gama em tempos sugeriu, quanto mais não fosse porque o Dr João, não sendo racista, orgulha-se de ser branco! - em pose de estado, qual Obélix a meio da digestão do último javali e do penúltimo garrafão de cinco litros.

O Dr João é um dos derradeiros resistentes do combate pela libertação da sua terra do jugo colonial. Já perdeu a conta aos anos que passaram, às espadeiradas que distribuiu, aos copos de poncha que patrioticamente teve de emborcar, aos carnavais em que desfilou atacando o bombo e aos discursos inflamados que teve de pronunciar no Chão da Lagoa. Homem de consensos consigo próprio, tem-se entendido às mil maravilhas com os tabus que vai construindo sobre o seu futuro e dos quais, antecipadamente, não dá conhecimento a ninguém. Nem ao seu amigo Jaime Ramos, tão pouco ao Dr Guilherme Silva, emigrado em Lisboa e submetido às mordomias de um cargo na assembleia dos deputados.

Democrata por excelência, tem permitido a presença em solo pátrio de um representante da potência colonizadora, a troco de viagens gratuitas a Lisboa e de uns dinheiritos que sempre vão dando jeito para distribuir uns bancos de madeira para idosos nos jardins da região. Tem suportado a infâmia de permitir que se passeiem em liberdade, pelas ruas íngremes do Funchal, jornalistas que disseram mal de si por não saberem o que dizem.

Ainda há semanas registou nova vitória no confronto com a Dra Manuela dos impostos quando se chegou a ela, bateu o pé, deu dois murros na mesa, ameaçou desatar a dizer asneiras, partir de regresso para o arquipélago e proclamar unilateralmente a República Democrática das Bananas se lhe não fosse autorizado mais um empréstimo.

Sem eleições, que não são precisas para nada, acabará por ser o heroi da independência e o seu presidente vitalício. A espaços irá tolerar as visitas do primeiro ministro de Portugal e do respectivo ministro da Defesa. Mas se o chatearem, sequestra-os! Há quem pense, maldosamente, que isso poderia ser já!

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