O rigor das sondagens e o pavor dos resultados

Primeiro, sobre as sondagens. Em Portugal cada vez se fazem mais sondagens. Por tudo e por nada. Invariavelmente para nada. Sobre o detergente que lava mais branco e sobre a porcaria que suja mais preto. Sobre a adopção de crianças e sobre o casamento de homossexuais. Sobre os vencedores da bola e sobre o comportamento dos adeptos. Com a mesma naturalidade de quem utiliza os transportes públicos sem pagar bilhete, toma-se a parte pelo todo e a nuvem por Juno. Compreende-se! Estão aí as estatísticas a apontar o medíocre desempenho dos portugueses, de todos os escalões etários, em tudo o que seja relação com números. Não vale a pena bater mais no ceguinho. Os únicos números com que os portugueses, aparentemente, conseguem conviver são os resultados do futebol. O que já não acontece com os do basquetebol ou do andebol que, habitualmente, crescem mais e mais depressa. Se fizerem uma sondagem ou centenas delas vão confirmar isso mesmo. Como os resultados não interessam ao ministro da educação ele, muito sabiamente, poupa-nos a estopada e gasta o dinheiro em automóveis novos para o gabinete.
Segundo, sobre a aterrorização. Ainda ontem líamos, nem sabemos onde nem dito por quem, que se não compreendia que a democracia portuguesa, com curtos trinta anos de vida, apresentasse tão evidentes sinais de arteriosclerose aguda. Pretendia dizer-se que tem idade para ter algum juízo porque está no limiar da maioridade. É falso. Com trinta anos a democracia portuguesa nem sinais dá de começar a gatinhar e ameaçar com os primeiros e inseguros passos. Pelo contrário. O Dr Sá Carneiro, cremos, falava em bipolarização. Um termo que o eleitor não sabe o que significa, mas que também não interessa. Aí a tem, tipo pescada de rabo na boca. De um lado uma classe dominante, ocupando o poder e dominando a economia, classificando-se a si própria de elite. Sem princípios, sem escrúpulos, sem cultura e sem instrução. De outro uma classe dominada, dócil, sentindo o garrote do crédito a quebrar-lhe a cervicais, sabendo que depende do agiota para subsistir.
Compará-las é confundir alhos com bugalhos. Conciliá-las é como esperar a convivência exemplar entre judeus e muçulmanos. Dar-se-ão bem, às mil maravilhas, quando houver entre eles muros com oito metros de altura, revestidos de arame farpado e carregados de explosivos em ambas as faces. Quem é eleito não tem nada a ver com quem o elege, e cada vez o tem menos. Seria importante que a convencida classe política se questionasse sobre o total afastamento do eleitor. Fizesse um exame de consciência e examinasse a sua própria conduta. Tentasse perceber porque razões é tratada abaixo de cão. E saísse depois a terreiro para assumir responsabilidades, coisa que nunca foi muito apanágio do país. Explicando porque razões estava ali e para quê.
É que hoje ninguém sabe para que servem sejam que eleições forem. A não ser para arranjar empregos aos eleitos, aos familiares, aos compadres e aos amigos. De resto, não muda nada. A não serem as moscas. Que, quanto mais recentes, mais varejeiras!
Segundo, sobre a aterrorização. Ainda ontem líamos, nem sabemos onde nem dito por quem, que se não compreendia que a democracia portuguesa, com curtos trinta anos de vida, apresentasse tão evidentes sinais de arteriosclerose aguda. Pretendia dizer-se que tem idade para ter algum juízo porque está no limiar da maioridade. É falso. Com trinta anos a democracia portuguesa nem sinais dá de começar a gatinhar e ameaçar com os primeiros e inseguros passos. Pelo contrário. O Dr Sá Carneiro, cremos, falava em bipolarização. Um termo que o eleitor não sabe o que significa, mas que também não interessa. Aí a tem, tipo pescada de rabo na boca. De um lado uma classe dominante, ocupando o poder e dominando a economia, classificando-se a si própria de elite. Sem princípios, sem escrúpulos, sem cultura e sem instrução. De outro uma classe dominada, dócil, sentindo o garrote do crédito a quebrar-lhe a cervicais, sabendo que depende do agiota para subsistir.
Compará-las é confundir alhos com bugalhos. Conciliá-las é como esperar a convivência exemplar entre judeus e muçulmanos. Dar-se-ão bem, às mil maravilhas, quando houver entre eles muros com oito metros de altura, revestidos de arame farpado e carregados de explosivos em ambas as faces. Quem é eleito não tem nada a ver com quem o elege, e cada vez o tem menos. Seria importante que a convencida classe política se questionasse sobre o total afastamento do eleitor. Fizesse um exame de consciência e examinasse a sua própria conduta. Tentasse perceber porque razões é tratada abaixo de cão. E saísse depois a terreiro para assumir responsabilidades, coisa que nunca foi muito apanágio do país. Explicando porque razões estava ali e para quê.
É que hoje ninguém sabe para que servem sejam que eleições forem. A não ser para arranjar empregos aos eleitos, aos familiares, aos compadres e aos amigos. De resto, não muda nada. A não serem as moscas. Que, quanto mais recentes, mais varejeiras!
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